O mercado paralelo no Brasil incomoda diversas indústrias do país, entre cigarros, eletrônicos e vestuários. E o esporte não é exceção. Em luta por leis mais severas contra a prática, a Associação pela Indústria e Comércio Esportivo (Ápice), que une marcas como Adidas, Asics e Nike, resolveu calcular o tamanho do prejuízo oriundo dos falsificados.
A pedido da associação, o Ibope levantou dados do setor entre o maio de 2014 e maio de 2015. O objetivo central é, além de aumentar o combate ao mercado paralelo, fazer lobby pelo projeto de lei que iguala a pena de delitos de falsificação à pena de violação de direitos autorais.
E os números são significativos. Durante o período, foram adquiridos 80 milhões de calçados esportivos. Desses, 19 milhões, ou 23%, são falsificados. A Ápice calcula que essa quantia signifique R$ 1,6 bilhão que as marcas deixaram de faturar. Para o Estado, isso representaria R$ 637 milhões em atributos não arrecadados.
Em outro segmento, os números são ainda piores. A Máquina do Esporte teve acesso a parte da pesquisa do Ibope, que exibiu também as vendas de roupas esportivas, entre camisa, bermuda, meia e outros.
No mesmo período, foram vendidas 683 milhões de artigos esportivos, mas somente 390 milhões eram originais. Ou seja, em peças de roupa, 43% do comércio no Brasil é ilegal.
Em ambos os casos, quem busca o produto original tem como prioridade o conforto e a qualidade. Já com os falsificados, a busca é pelo melhor preço. Tanto com roupa quanto com tênis, os preços médios do mercado paralelo são menores do que a metade dos originais.
E o fenômeno não é exclusividade do Brasil. Recentemente, uma pesquisa revelou que as marcas perdem € 500 milhões todo ano na União Europeia somente com a venda de equipamentos esportivos falsificados, que não inclui vestimentas, mas bolas, capacetes, raquetes etc.