Em fase de preparação para a Copa do Mundo, a seleção brasileira treina em Curitiba em regime fechado. A pedido do técnico Dunga, o acesso de torcedores e imprensa aos treinamentos é restrito, ao contrário do que aconteceu em 2006. Isso também criou barreiras para as marcas, que tiveram liberdade maior na edição passada do torneio, e impôs desafios para a atual temporada. “Há perda de visibilidade, mas isso fica muito pequeno quando você vê a maneira como as empresas ativam o patrocínio”, afirma Rafael Plastina, especialista em marketing e retorno de mídia. “Todos estão usando muito o apelo de mídia para que a coisa funcione”. Na visão de Plastina, não se pode deixar de levar em consideração o fato de, na Copa passada, o treinamento ter sido aberto à torcida e à imprensa e o resultado dentro de campo não ter correspondido às expectativas. “Os treinos foram uma grande farra e deu no que deu, então a CBF já deve ter tomado essa decisão há muito tempo e comunicado às empresas”. A perda de visibilidade é consenso entre profissionais da área. Oliver Seitz, especialista em indústria de futebol, concorda e sugere ações para suprir essa deficiência. “Se você encontrar uma maneira de manter a lembrança da marca na cabeça das pessoas, dá para solucionar”. Mesmo com a reclusão parcial, Seitz ainda acredita que patrocinar a seleção brasileira é a melhor maneira de colar a marca à equipe. “Se quer ter relação, tem que possuir o selo oficial, até para demonstrar que apoia o futebol e para dar uma amostra de poder, mostrar para o mercado que é uma empresa de impacto”, argumenta. O especialista lembra que, no início da década, poucas companhias estavam dispostas a estar ao lado da CBF, devido às crises políticas que culminaram na criação da CPI da CBF/Nike. “Eles vinham de uma série de acusações, ninguém queria usar o selo deles”, prossegue. “Hoje a entidade vive um momento muito melhor em relação à imagem”.