Quem acompanha a Fórmula 1 sabe o quão tradicional é a equipe McLaren na principal categoria do automobilismo mundial. Agora, para o ano que vem, a escuderia britânica decidiu investir em um novo mercado e garantiu presença nas 500 Milhas de Indianápolis, uma das provas mais tradicionais do esporte e que, atualmente, faz parte do calendário da Fórmula Indy (Verizon Indycar Series).
Em baixa nos últimos anos na Fórmula 1, com resultados nada satisfatórios, a McLaren vem tentando se reerguer. Em 2018, foi responsável, por exemplo, pela volta da Petrobras à Fórmula 1 e pela entrada histórica da Coca-Cola, ambas como patrocinadoras da equipe. Para o ano que vem, a escuderia enxerga a possibilidade de fazer parte da Indy 500 como uma boa chance de visibilidade para a marca.
Nos bastidores, o que se comenta é que a equipe também quer fazer história. O objetivo é apoiar Fernando Alonso, espanhol que vai se aposentar da Fórmula 1 correndo pela equipe na última prova do calendário de 2018, no dia 25 de novembro, em Abu Dhabi.
O piloto tentará no ano que vem um feito histórico: conquistar a raríssima “Tríplice Coroa do Automobilismo”, que consiste em vitórias no GP de Mônaco, nas 24 Horas de Le Mans e nas 500 Milhas de Indianápolis. Até hoje, apenas Graham Hill conseguiu a façanha. Alonso venceu em Mônaco em 2006 e 2007, e faturou as 24 Horas de Le Mans em junho deste ano.
Foto: Reprodução / Twitter (@alo_oficial)
Vale lembrar que o piloto espanhol disputou a Indy 500 em 2017 pela equipe Andretti Autosport. Alonso liderava a prova quando precisou abandonar com problemas no motor. À época, a McLaren apoiou a Andretti, mas teve pouco envolvimento direto além da marca no carro. Dessa vez, a ajuda será bem diferente.
“É toda uma equipe de corrida separada que será criada. Somos uma grande equipe de corrida com muitos recursos, e estou extremamente confiante, ou não teríamos entrado, de que daremos o máximo de esforço para a F1 e para o esforço da Indy 500 sem um comprometer o outro. Serão pessoas que não estão atualmente na nossa equipe de F1. Tudo será construído a partir de relacionamentos que temos. Mas, sim, será uma nova porta de entrada da McLaren”, afirmou Zak Brown, CEO da escuderia britânica.
“Eu tive uma experiência incrível em Indianápolis em 2017 e sabia que, no fundo do meu coração, tinha que voltar se a oportunidade aparecesse. Estou especialmente feliz por retornar com a McLaren. Essa foi sempre a minha primeira escolha. É uma corrida difícil, e vamos enfrentar os melhores, então será um grande desafio. Mas nós somos pilotos e é por isso que corremos”, declarou Fernando Alonso.
Eleito o melhor estreante da prova em 2017, Alonso o primeiro piloto ativo da Fórmula 1 a participar das 500 Milhas desde 1984. A equipe já havia experimentado sucesso na corrida histórica, vencendo três vezes em um período de cinco anos durante a década de 1970. Mark Donohue venceu em 1972, enquanto Johnny Rutherford alcançou a vitória em 1974 e 1976.