Hóquei sobre grama e remo são apontados pelo Ministério do Esporte como as duas confederações que não aproveitaram esse ciclo olímpico para desenvolver a modalidade no Brasil. Para Ricardo Leyser, secretário de Alto Rendimento do ministério, as duas confederações são as mais inoperantes na apresentação de projetos em um momento em que os investimentos nas modalidades olímpicas se intensificaram por conta da Olimpíada do Rio de Janeiro-2016.
“A gente sugere, apareçam. Mas na hora H eles não apresentam projetos. Não podemos obrigá-los, né?”, ironiza o secretário, referindo-se à Confederação Brasileira de Remo.
A Confederação Brasileira de Remo rebateu Leyser dizendo que não entende “dessa forma”. “Temos vários projetos e são divulgados no Diário Oficial o valor e para que fins”, afirmou Edson Pereira Júnior, presidente da CBR, que não tem expectativa de medalha no Rio-2016. “Não prometemos nada além de muito trabalho e dedicação para o crescimento do nosso esporte.”
Já o hóquei sobre grama vive problema ainda maior. A modalidade, que praticamente surgiu no país para a disputa do Pan-Americano do Rio-2007, conta com apenas um campo oficial no país.
“A gente não pode trazer a contaminação negativa de uma modalidade que falha no seu programa. Acho que [a Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama e Indoor] perdeu completamente a chance que tinha de estruturar a modalidade no Brasil”, critica Leyser.
A confederação de hóquei sobre grama afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que apresentou em 2013 um projeto de convênio para este ano, mas a verba pedida, de R$ 4 milhões, ainda não foi liberada pelo ministério. Neste ano seleção masculina disputou etapa da Liga Mundial, no México. Já a seleção feminina não disputou torneio oficial nesta temporada.
Como sede olímpica, o Brasil estaria classificado para o torneio. No entanto, a federação internacional pede como contrapartida que o esporte seja estruturado no Brasil. É algo similar ao que a Fiba (Federação Internacional de Basquete) fez com o Reino Unido antes de conceder vaga à seleção local nos Jogos de Londres-2012.
“Nós vamos brigar até o último momento para que a seleção brasileira consiga a vaga”, afirma Leyser.