Um torcedor do Corinthians morreu e outros ficaram feridos na última semana, após conflito com vascaínos, em São Paulo. Esse incidente transformou-se na primeira crise para a organização da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Em meio às dúvidas sobre a segurança para o torneio, o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, desvinculou a imagem recente do que será visto no país daqui a cinco anos. ?É evidente que nós ficamos consternados com essa morte, mas não tememos a repercussão disso. Até 2014, viveremos outra realidade no Brasil. É por isso que eu ressalto a import”ncia de colocarmos em prática uma legislação que tenha penas mais fortes para esse tipo de situação?, disse Silva Júnior. A aposta do ministro é um projeto de lei que já foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que altera pontos significativos no Estatuto do Torcedor e criminaliza questões que anteriormente eram punidas apenas na esfera esportiva. ?Essa regulamentação está em estágio avançado. Nós estamos finalizando a padronização de laudos técnicos de segurança e utilização dos estádios, assim como um acordo de cooperação com a CBF?, explicou. A pressão por uma mudança na legislação e a confiança de que isso mudará a realidade do futebol brasileiro, contudo, não amenizam a pressão criada pelo incidente em São Paulo. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, disse que não se responsabilizava por uma tragédia que aconteceu longe dos estádios. Na última sexta-feira, em evento realizado para falar sobre a estrutura de São Paulo para a Copa do Mundo de 2014, Silva Júnior também evitou assumir a responsabilidade pela morte: ?O responsável é o criminoso que causou isso. É claro que o Estado deve garantir a segurança do público no Brasil, e por isso sabemos que é importante coibir essas ações, mas estamos falando de um crime?.