Maior nome das provas de fundo em pista no último ciclo olímpico, Mo Farah parecia que não iria repetir a façanha obtida em Londres 2012 quando conquistou o ouro nos 5.000 m e 10.000 m.
“Foi muito difícil. A maioria dos atletas teve quatro anos de preparação para me bater, me observando ganhar os Mundiais. Não é a coisa mais fácil ter um alvo nas costas”, reconheceu o atleta.
Na final dos 10.000 m, neste sábado (dia 14), no estádio do Engenhão, o somali naturalizado britânico tropeçou e caiu por volta dos 12 minutos de competição. Voltou atrás do pelotão, conseguiu se recuperar e faturou o bicampeonato dos 10.000 m.
“Naquele momento, pensei que minha corrida e meu sonho tinham acabado. Mas consegui me recuperar. Prometi para minha pequena Rhianna [a filha do corredor] uma medalha. Minha mente estava fixa pensando nisso: ‘Você não pode deixa-la chateada, não pode’”, contou o fundista.
Agora, Mo Farah se iguala a grandes mitos do atletismo olímpico também bicampeões da prova: Paavo Nurmi (1920 e 1928), Emil Zatopek (1948 e 1952), Lasse Virén (1972 e 1976), Haile Gebrselassie (1996 e 2000) e Kenenisa Bekele (2004 e 2008).
“Sou mais um cara que ganha medalhas, não um recordista. Para mim, uma das coisas que me faz continuar na pista é ganhar medalhas para meu país e fazer minha nação orgulhosa”, contou o atleta, justificando o fato de, ao contrário de seus antecessores, nunca ter cravado um recorde mundial nas duas distâncias olímpicas.
No próximo sábado (dia 20), Farah pode aumentar ainda mais sua legenda, se conquistar o bicampeonato também nos 5.000 m. “Da dupla que consegui em 2012, já tenho uma. Esse[5.000 m] é o próximo [objetivo]”, afirmou.
Notas
* Mo Farah nasceu em 1983 na Somália. Mas a família fugiu da guerra, instalando-se em Djibouti. Aos 8 anos, finalmente chegou na Inglaterra
* Na infância, seu sonho era se tornar atacante do Arsenal, o time de coração
* Em 2011, criou a Fundação Mo Farah, que ajuda famílias afetadas pela seca e pela fome na Somália
* Há dois anos, estreou na maratona em Londres. Diz que pretende correr a distância mais longa quando não for mais competitivo nos 5.000 m e 10.000 m