O Ministério Público de São Paulo pediu nesta quarta-feira o afastamento compulsório de Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol. A ação civil ajuizada pela Promotoria de Justiça do Consumidor da Capital acusa o dirigente de desrespeito ao Estatuto do Torcedor por conta da falta de segurança em estádios da região.
Segundo Roberto Senise Lisboa, autor da ação, houve jogos das séries A1, A2 e A3 do Campeonato Paulista de 2010 em estádios que não tinham condições de abrigar esses eventos. O promotor pediu a nomeação de um interventor para a Federação Paulista de Futebol.
“Não pode haver falta de seriedade no tratamento da segurança, da vida e da saúde dos consumidores. A Federação Paulista de Futebol e seu presidente descumpriram a legislação em vigor, devendo ser responsabilizados porque deixaram de observar a proteção preventiva de danos à vida, à saúde e à segurança dos torcedores”, disse Senise Lisboa ao site oficial do Ministério Público de São Paulo.
A ação é resultado de um inquérito civil aberto no ano passado, com 34 volumes, que tramita na 17ª Vara Cível do Fórum Central da Capital. Senise Lisboa ainda pediu concessão de liminar para que a Justiça proíba a Federação Paulista de Futebol de realizar jogos em estádios que não tenham condições adequadas, com pena de multa de R$ 100 mil a cada jogo.
Os clubes que disputam a Série A1 do Campeonato Paulista e as prefeituras envolvidas no torneio haviam assinado com o MP termos de ajustamento de conduta. Nesses documentos, comprometiam-se a adequar os estádios. A FPF, contudo, recusou-se a assinar.
Em 2009, Del Nero já havia sido punido e afastado da presidência da FPF. Na época, o dirigente foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva por ter se envolvido em um esc”ndalo que afastou o árbitro Wagner Tardelli da última rodada do Campeonato Brasileiro do ano anterior – ele apitaria o jogo entre Goiás e São Paulo, campeão daquela temporada.