As mulheres que sempre tiveram o sonho de chegar à Fórmula 1 terão o caminho facilitado a partir do ano que vem. Uma nova categoria, a “W Series”, começará a ser disputada em 2019 e terá apenas pilotas alinhando no grid de largada.
A ideia dos organizadores é atrair entre 18 e 20 mulheres para a temporada de estreia, que terá seis provas, a primeira delas em maio, em pistas ainda não reveladas, mas que provavelmente serão na Europa. A premiação total será de US$ 1,5 milhão, sendo que a campeã levará para casa um prêmio de US$ 500 mil. Todas receberão alguma quantia em dinheiro.
Com o tempo, o intuito é atrair patrocinadores que se identifiquem com o projeto para que as próximas temporadas possam chegar a mais lugares pelo mundo, como América, Ásia e Oceania.
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De acordo com a organização, as competidoras poderão se inscrever gratuitamente. As melhores serão selecionadas com base em avaliações de habilidades. Todas as pilotas terão à disposição carros idênticos aos utilizados na Fórmula 3 Europeia, devidamente equipados com o halo, dispositivo de segurança que estreou na Fórmula 1 na atual temporada.
“Até agora, o automobilismo era o único esporte em que não havia uma categoria separada para as mulheres. Nosso objetivo é atualizar o esporte e mostrar ao mundo do que as mulheres são realmente capazes. As mulheres no automobilismo são uma raridade hoje, mas com a ‘W Series’ servindo como catalisador, esperamos transformar a diversidade do esporte e talvez até encorajar mais garotas em profissões que elas não haviam considerado antes”, declarou Catherine Bond Muir, CEO da nova categoria.
“Minha opinião sobre isso, e sei que esta é uma posição compartilhada pelas organizações com as quais trabalho, é que devemos continuar incentivando e criando oportunidades para as mulheres competirem no mesmo nível que os homens. Acreditamos fundamentalmente que a melhor oportunidade para identificar os melhores talentos femininos é facilitar uma dinâmica em que mais mulheres possam competir e subir ao topo em uma competição mista em igualdade de condições”, afirmou Susie Wolff, membro da Comissão de Mulheres no Automobilismo e ex-pilota de testes da Williams.
“Para ser um piloto bem-sucedido, você não precisa ter um nível superpoderoso de força que alguns esportes exigem. É por isso que nós da ‘W Series’ acreditamos que pilotos femininos e masculinos podem competir uns com os outros em igualdade de condições, se dada a mesma oportunidade. No momento, porém, as mulheres alcançam um “teto de vidro” no nível GP3 / Fórmula 3 em sua curva de aprendizado, muitas vezes como resultado da falta de financiamento e não da falta de talento”, explicou o ex-piloto David Coulthard, um dos apoiadores da nova categoria ao lado de Adrian Newey, projetista da Red Bull.
Vale lembrar que a última mulher a fazer parte da Fórmula 1 foi a italiana Giovanna Amati, em 1992. A também italiana Lella Lombardi, única a pontuar na categoria em 1975, foi a última representante do sexo feminino a largar em uma prova, em 1976.