Em 2016, as três principais emissoras da NBA nos Estados Unidos, a ABC, a TNT e a ESPN, terão seus contratos expirados. Para a renovação, a principal questão que tem sido discutida é a flexibilidade para a transmissão ao longo da temporada, tanto para a escolha dos jogos quanto para os seus horários. A questão é que, no atual formato, as grandes redes de televisão têm perdido audiência nos últimos dois anos.
Segundo a medição da Nielsen, a emissora aberta ABC teve grande alta na audiência na temporada 2011/2012, quando houve o lockout dos jogadores e as disputas ficaram interrompidas por meses. Esse crescimento já era uma tendência nos anos anteriores. A partir de então, o número caiu duas vezes consecutiva. Neste ano, o número de telespectadores foi 33% menor em relação há dois anos.
Na televisão fechada, o fenômeno se repetiu. Na TNT, o aumento da audiência na temporada 2011/2012 também pôde ser visto. No ano seguinte, já houve uma queda de 19% no número de telespectadores, com uma nova baixa, dessa vez discreta, na atual temporada. Na ESPN, que pertence ao mesmo grupo da ABC, a única diferença é que o pico nos últimos anos aconteceu em 2010/2011, com recorrente queda desde então.
O que as emissoras querem é ter maior variação quanto ao jogo transmitido, de modo que possa garantir ter uma partida de destaque. Nesta temporada, por exemplo, a ESPN e a TNT apostaram muito nos Los Angeles Lakers e no New York Knicks, que contam com dois dos principais astros da Liga, Kobe Bryant e Carmelo Anthony. Ambos os times, no entanto, fizeram má campanha e nem chegaram aos playoffs.
A nova negociação não será fácil, como se poderia imaginar. Normalmente, as televisões mantém um alto investimento, o que garante mais direitos na hora de escolher suas prioridades. Na NFL, por exemplo, isso não seria um problema. As emissoras americanas apontam para o exemplo da liga de futebol americano, em que cada um tem direito a um dia específico da semana para fazer a transmissão. Na NBA, isso não será simples.
O motivo é o poder das emissoras locais. Como elas também mantêm alto rendimento às franquias, os times hesitam em privilegiar as marcas de abrangência nacional da televisão americana. Atualmente, ESPN e TNT têm direito a 12 jogos exclusivos por time, enquanto as emissoras locais podem transmitir até 80 partidas desses times.
O quanto exatamente essas emissoras pagam no total é um número mantido em sigilo, mas alguns casos podem ilustrar o tamanho do negócio. O Los Angeles Lakers, por exemplo, tem um contrato local assinado com a Time Warner. Por 25 anos de acordo, a empresa pagou US$ 5 bilhões, quantia difícil de ser preterida.
Nesse momento, as emissoras que fazem a transmissão nacionalmente passam por burocracias e acertos diversos cada vez que querem mudar suas grades com a NBA. Logo, isso raramente acontece. Quando a atual temporada chegar ao fim, a liga iniciará as conversas para a renovação ou a entrada de novas empresas, e avaliará essas questões.
Na última negociação, ficou acertado que ESPN/ABC e TNT pagariam um pouco menos de US$ 1 bilhão anualmente para manter os direitos de transmissão por oito anos. O valor foi 20% superior ao pago no contrato anterior. Agora, a expectativa é para saber quem irá falar mais alto nessa disputa.