Com mais de dois milhões de seguidores, o pivô Shaquille O?Neal, do Phoenix Suns, está proibido de usar o Twitter nos intervalos dos jogos da NBA. A liga de basquete norte-americana anunciou a introdução de uma cartilha para regulamentar o uso de redes sociais entre seus atletas. Entre as novas regras está o veto a atualizações nos perfis mantidos por jogadores e comissão técnica na página de microblogs, no Facebook, no MySpace ou em blogs pessoais. A medida também foi incorporada pelo Texas Tech, franquia do futebol americano na semana passada. O técnico do time, Mike Leach, anunciou a decisão após o zagueiro Marlon Williams questionar ?virtualmente? a sua pontualidade via Twitter. Nos Estados Unidos, o perfil de Shaquille O?Neil só perde em popularidade para celebridades como a cantora Britney Spears, o ator Ashton Kutcher e o presidente Barack Obama. Nos intervalos, o jogador costumava comentar brevemente sobre as partidas, gerando uma série de provocações e reclamações de adversários e dirigentes. Há seis meses, O?Neil saiu em defesa do companheiro Charlie Villanueva, do Milwaukee Bucks, que afirmou ter se escondido no vestiário para ?tuitar?, via celular, sobre as orientações do treinador na vitória do Bucks sobre o Boston Celtics por 86 a 77. A história ganhou o mundo e iniciou as discussões sobre o uso indiscriminado das redes sociais pelos atletas ?em serviço?. A NBA era a principal ?fonte? esportiva do microblogging. A revista norte-americana ?Slam? listou recentemente mais de 30 representantes da liga de basquete na rede, entre eles Kobe Bryant, Derek Fisher, Sasha Vujacic, Baron Davis, Chris Bosh, Dwight Howard, Fabricio Oberto e Steve Nash. Exatamente por isso, a competição era o celeiro das reclamações. “Pode passar a impressão de que não levamos nosso trabalho a sério. Não sei se tinha impacto no jogo, mas deixava uma imagem ruim”, disse Jeff Van Gundy, comentarista da NBA na Espanha, ao jornal “Marca”. A lista de regras da NBA, no entanto, não inclui a própria página. A liga mantém seu perfil constantemente atualizado no Twitter, onde é vista por 1,4 milhão de pessoas. No mês passado, a rede esportiva ESPN também inibiu o uso de blogs, criando um código de conduta online a seus jornalistas. Na contramão das críticas, a nova mídia, que possui mais de 11 milhões de usuários no mundo, é vista como meio de promoção para outras competições. A liga de futebol feminino dos Estados Unidos, por exemplo, dá passe livre para que suas atletas atualizem seus perfis durante os jogos. “Hoje, as estratégias de internet e seu valor para uma marca esportiva vão além de ter apenas uma página oficial bonita. Para que a comunicação virtual funcione, se torne viral e tenha impacto no meio, é preciso ser fresca e natural. Essa é a grande virtude do Twitter, um ótimo meio para valorização de suas marcas pessoais”, analisou o jornalista espanhol Victor Alvarado. Já o ciclista Lance Armstrong e o golfista Tiger Woods usam a ferramenta para se aproximarem dos fãs. Ambos mantiveram seus seguidores informados sobre a recuperação de suas lesões no início do ano e continuam atualizando suas páginas. O canal de comunicação também é usado com freqüência por outros representantes do esporte dos EUA como o tenista Andy Roddic, o nadador Michael Phelps, a ginasta Shawn Johnson e o futebolista Freddy Adu.