O Paris Saint-Germain está próximo de colocar 222 milhões de euros na conta do Barcelona, cerca de R$ 820 milhões, para arcar com a multa rescisória de Neymar. Mesmo no abastado futebol europeu, as cifras em jogo não estão no curso natural dos negócios que envolvem o esporte no continente. Elas só são possíveis graças aos recursos estrangeiros. Catari, nesse caso.
O Paris Saint-Germain só conseguiu esse poderio econômico porque, em 2011, o clube foi comprado por um grupo de investimento do Qatar, o Qatar Sports Investments. Uma entidade que faz parte do órgão estatal Qatar Investment Authority, que visa espalhar investimentos do país em diversos segmentos pelo mundo.
Desde então, o time passou a multiplicar o faturamento. Segundo o estudo da consultoria Deloitte, o Football Money League, o Paris Saint-Germain faturou 221 milhões de euros na temporada 2011/2012, valor inferior ao que o time irá investir em Neymar na atual janela de transferência. No fim do período 2015/2016, por outro lado, o time faturou 520 milhões de euros. Atualmente, o PSG é sexto time mais rico do mundo.
Hoje, o Paris tem receita de matchday limitada por seu estádio já antigo, o Parque dos Príncipes. O dinheiro de televisão está longe do que recebem seus rivais espanhóis. Mas, por outro lado, o faturamento com patrocinadores está em 305 milhões de euros, mais do que o próprio Barcelona.
A lista de parceiros comerciais do Paris Saint-Germain inclui empresas do Qatar, como a companhia de mídia BeinSports, comandada pelo mesmo presidente do time, o Banco Nacional de Qatar e o órgão de turismo do país. Patrocinadora máster, a Emirates é do pais vizinho, Emirados Árabes, e chegou antes, ainda em 2006.
O valor de 222 milhões de euros é quase metade do faturamento do PSG e nunca foi visto em outra contratação do futebol europeu. Até o momento, a maior transferência foi a do francês Pogba da Juventus para o Manchester United. Os ingleses pagaram menos da metade desse valor.