Neymar gera inflação em transferências na Europa

Uma consequência esperada tem se confirmado nos dias que sucederam a venda de Neymar do Barcelona para o Paris Saint-Germain: o mercado de transferências de atletas sofreu um forte desequilíbrio neste ano. Com cifras que saíram do que seria natural no futebol, os números têm batido recordes nas últimas semanas.

Esta já é a maior janela de transferência da história do futebol, com a quebra da marca de 4 bilhões de euros; 222 milhões somente com a venda do atacante brasileiro. E poderia ser ainda maior se os mecenas de alguns clubes europeus não vivessem sob a sombra do Fair Play Financeiro, regra que, neste ano, foi contestada como nunca.

O próprio Paris Saint-Germain é um exemplo. O time contratou o atacante francês Kylian Mbappé, do Monaco, mas teve que fazer um contrato de empréstimo. Com valor fixado em 180 milhões de euros, não haveria manobra que colocasse o time francês dentro do limite de 30 milhões de euros de déficit que exige a Uefa.

Envolvido diretamente na venda de Neymar, o Barcelona é o maior símbolo do desequilíbrio gerado. O time já gastou 192 milhões em transferências, em conta que considera o francês Ousmane Dembélé, ex-Borussia Dortmund, por 105 milhões de euros, a segunda contratação mais cara do futebol mundial; o atacante foi apresentado na segunda-feira (28). Há também o brasileiro Paulinho, que mesmo com 29 anos e sem nenhuma passagem por uma grande equipe da Europa foi contratado por 40 milhões de euros.

E o time espanhol, que ainda está no lucro nesta janela, não deve parar. O clube já ofereceu 160 milhões de euros pelo também brasileiro Philippe Coutinho, do Liverpool. Caso a contratação seja concretizada, o Barcelona se tornará o time que mais gastou em uma janela de transferência na história.

Por enquanto, a última ponta do dinheiro gasto na contratação de Neymar está no Dynamo de Kiev. O time recebeu 25 milhões de euros pelo atacante Andriy Yarmolenko, contratado pelo Borussia para substituir Dembélé.

O Paris Saint-Germain, é verdade, não é o único time com um dono que tem inflado o mercado de jogadores de futebol. Neste momento, quem mais investiu em atletas na janela foi o inglês Manchester City, do árabe Khaldoon Al Mubarak. Já foram 244 milhões de euros em contratações até o momento.

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