Janeiro de 2008. Sede global da Nike, na acanhada cidade de Beaverton, nos Estados Unidos. Em apresentação para jornalistas de todo o mundo, executivos da marca americana mostram como a empresa quer chegar, em 2014, na liderança do mercado de futebol.
Oito anos e meio depois, pela primeira vez na história, a marca americana é a única vestindo os dois times finalistas da Eurocopa, que desde 1996 tem um time que veste Adidas campeão do torneio.
Fim do jogo no Stade de France. Portugal é campeão inédito do torneio. Cristiano Ronaldo, o maior garoto-propaganda da Nike, é alçado ao status de um dos maiores jogadores da competição. Éder, o herói marcador do gol do título, ostenta o “swoosh” da marca americana nos pés.
“O jogo marca um verão maravilhoso para a Nike Futebol e confirma a nossa liderança global no esporte mais popular do mundo”.
A frase de Bert Hoyt, vice-presidente e gerente geral da Nike na Europa Ocidental, mostra a importância que a Eurocopa teve para os planos da marca no continente que mais consome o esporte nº 1.
Enquanto a aposta da Adidas estava na atual campeã do mundo Alemanha, que é o país que mais vende camisa de futebol atualmente (1,3 milhão só este ano), a Nike jogava as fichas no anfitrião time francês.
Segundo dados da empresa americana, as vendas da seleção da França foram “muito mais fortes” se comparadas às de 2014, ano da Copa.
As duas marcas, aliás, polarizam a disputa no mercado de futebol da Europa na atualidade. Dos 24 competidores da Eurocopa, 15 vestiam uma das duas marcas líderes do mercado. A Adidas era, aliás, a que tinha mais probabilidade de ser campeã antes do início, já que vestia 9 seleções na Euro. A Nike uniformizou 6 times.
A expectativa da Adidas era a de que a Euro elevasse as vendas de futebol na Europa a US$ 2,5 bilhões neste ano, o que a recolocaria na liderança do mercado local. Com a final dos sonhos da Nike, porém, a meta ficou mais longe.