A Nike continua reforçando sua estratégia de focar no mundo digital e chegar diretamente ao consumidor. A marca norte-americana aprofundou a relação com aliados importantes, como Apple e Instagram, e quer, com os novos serviços do Nike+, penetrar cada vez mais em academias e estabelecimentos do mundo fitness.
Não é segredo que a Nike decidiu agregar esforços na internet. A marca já vende por meio da gigante Amazon, por exemplo, desde 2017 e tem visto nas vendas on-line possibilidades reais de aumento nos lucros. Nos últimos meses, os números corroboraram para que o foco no digital ganhasse ainda mais força.
A empresa norte-americana, líder mundial em seu segmento, fechou o período entre maio e novembro de 2017 com um lucro líquido de pouco mais de 1,7 bilhão de dólares, o que significou uma queda de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ou seja, é preciso melhorar as vendas.
“Com a estratégia mais robusta que já elaboramos, estou confiante de que temos a base para impulsionar a próxima fase do crescimento de longo prazo da Nike. Temos as plataformas certas para levar nossa indústria em uma direção completamente nova”, afirmou o CEO da Nike, Mark Parker, em uma de suas últimas conferências com investidores.
O tal objetivo de longo prazo não está tão distante assim. A ideia é que a empresa alcance um faturamento de 50 bilhões de dólares em 2020. Para se ter uma noção, em 2015, o faturamento era de cerca de 30 bilhões de dólares.
O início do novo reforço no mundo digital foi em novembro, com o relançamento do Nike+, o aplicativo de corrida e outros exercícios físicos da marca. Desde então, o Nike+ oferece oportunidades para novas associações de serviços digitais, como o Apple Music (música) e o Class Pass (fitness).
Nos próximos meses, a Nike vai acompanhar de perto quais tipos de ofertas os usuários desbloqueiam e quais outros serviços eles solicitam. Isso é possível pelo fato de que os membros da plataforma Nike+ passaram a ter acesso pessoal a conselhos e recomendações de especialistas por meio do aplicativo.
“Recompensaremos os usuários com o que eles querem, o que inclui investimentos em personalização, que aproveitam a aprendizagem automática para selecionar a oferta do produto que melhor corresponda às preferências individuais. Esta estratégia está convertendo as vendas a uma taxa 40 vezes superior à promoção tradicional, o que é um ótimo retorno sobre o investimento”, revelou Parker.
Aplicativos pensados para outros mercados importantes para a marca, como China e Japão, por exemplo, também fazem parte da estratégia da Nike. É o caso do SNKRS, focado no que a marca chama de “calçados urbanos”. Com um único clique, o usuário pode comprar modelos exclusivos da marca Air Jordan, por exemplo.
“A estratégia é nos associarmos a plataformas que promovem nossa marca e nossos negócios através de apresentação, preços e dados do consumidor, para apoiar nossos esforços com a Nike+”, concluiu Parker.
No Instagram, a ideia de chegar diretamente ao consumidor continua. Para isso, o objetivo é vender produtos por meio do Stories, onde a marca vai articular seu conteúdo utilizando embaixadores como Neymar e LeBron James.
Além disso tudo, a Nike ainda vai estrear um serviço on-line que será testado primeiro nos Estados Unidos. Trata-se do Stitch Fix, serviço de estilo pessoal para levar produtos femininos personalizados aos consumidores.