O painel de abertura do 1o Fórum Máquina do Esporte foi batizado de “O mercado brasileiro e as ligas internacionais”. Mediado pelo diretor da Máquina do Esporte Duda Lopes, o debate contou com a participação de Daniel Mourão, diretor de marketing do UFC, e Albert Castelló, representante da LaLiga no Brasil.
O primeiro a falar foi Daniel Mourão. O executivo deixou claro que o Brasil é o segundo mercado mais importante do mundo para a marca que, hoje, já conta com uma história de 25 anos. A cada evento por aqui (são três ao ano baseados no Brasil), são alcançadas 58 milhões de pessoas. Em redes sociais, são mais de 9 milhões de seguidores, enquanto, em termos de visualizações, foram mais de 127 milhões no YouTube e no Facebook em 2017.
“O UFC não é mais apenas um evento. Aqui no Brasil, virou uma experiência, um engajamento. São milhões de pessoas conversando, comentando, discutindo sobre essa ou aquela luta, esse ou aquele lutador, esse ou aquele golpe”, afirmou Mourão.
O executivo ainda comentou sobre as mudanças do olhar da liga para o Brasil nos últimos anos.
“Chegamos a fazer sete. Hoje, são três. Percebemos que menos é mais, até pela dificuldade de se achar arenas fechadas que conseguem receber o evento por aqui. Além disso, estamos tentando deixar os lutadores cada vez mais perto dos fãs. Queremos que os fãs vivam a experiência do UFC. De cinco anos para cá, estamos conseguindo e crescendo cada vez mais”, acescentou.
Em seguida, foi a vez de Albert Castelló. O executivo comentou como a LaLiga percebeu, há alguns anos, a necessidade de profissionalizar o torneio para ganhar força no mercado. Hoje, a competição tem presença em mais de 50 países, inclusive alguns como Indonésia, Vietnã e Tanzânia.
Os números também são bastante significativos. Ao todo, são mais de 26 milhões de fãs no Brasil, acima de qualquer outra liga de futebol internacional (a Premier League tem 24 milhões, e a Serie A italiana possui 20 milhões). Em termos de clubes, quem lidera são justamente os dois maiores clubes da Espanha: o Barcelona tem 38 milhões de fãs por aqui, enquanto o Real Madrid tem 37 milhões.
“Nos últimos anos, estamos tentando entender cada vez mais o que quer e o que precisa o mercado brasileiro. Aqui existe uma liga forte, de times fortes. Enquanto é mais fácil entrarmos em países carentes de futebol, como a Malásia, aqui a exigência é muito maior. Por isso, fizemos contas em português nas redes sociais e, hoje, temos material produzido especificamente para o mercado brasileiro, o que tem ajudado a elevar a audiência do torneio por aqui”, disse Castelló.
O executivo ainda comentou sobre o fato de que atualmente o consumidor brasileiro, em especial os mais jovens, parece ter um interesse maior pelos torneios internacionais do que em relação ao próprio futebol nacional.
“Temos tentado entender esse processo e, claro, aproveitar para crescer em cima disso. A ideia é sempre fazer com que o consumidor tenha um clube da LaLiga como o segundo no seu interesse. Se ele tiver um time brasileiro de coração, que o clube espanhol seja o segundo”, acrescentou.
Por fim, após cerca de uma hora de debate, ambos falaram sobre a importância de conversar diretamente com o consumidor. Seja em meio a um evento oficial, seja fora dele, as ligas precisam apostar no engajamento cada vez maior do fã, colocá-lo cada vez mais perto da marca com ativações, nem que sejam as mais simples possíveis.
Quanto mais o consumidor se sentir próximo daquela determinada marca, mais ele vai consumi-la e mais ele vai fazer com que outros consumam. É isso que UFC e LaLiga têm tentado, e com sucesso, cada vez mais no Brasil.