Toda vez que acontece algum episódio trágico no futebol brasileiro, surge aquela velha análise: vejamos pelo lado bom, pelo menos vai causar alguma mudança profunda. Foi esta a sensação deixada pelo 7 a 1 da Alemanha em 8 de julho no público e no mercado. Em vão. A CBF, ao nomear Dunga, sem falar no futebol, perde grande chance de reparar a própria imagem.
Imagine o dominó de efeitos positivos que traria a contratação de Pep Guardiola, falada desde que Mano Menezes foi mandado embora em 2012. À CBF, daria a imagem de agente de uma reestruturação profunda do futebol nacional. A patrocinadores, material para engajar a torcida em prol do movimento. A todo o mercado, ânimo para se preparar para tempos melhores.
Não quisesse contratar estrangeiros, a entidade poderia ao menos se basear em meritocracia. Felipão, que nos últimos anos treinou time no Uzbequistão e arrastou Palmeiras para a Série B, ainda tinha currículo. Dunga, mesmo com a passagem no Internacional depois do fracasso na Copa de 2010, nem isso tem. Nenhum é unânime, mas Tite e Muricy Ramalho são dois que, além de mais vitoriosos e merecedores, fariam um bem à imagem da CBF que Dunga não faz.
Quando Ricardo Teixeira enfim saiu, imaginou-se que viriam mudanças. Quando Dunga caiu em 2010, também. Agora, com Felipão. Não tem jeito. Enquanto elas não vierem de algum agente exterior à CBF, nada muda no “país do futebol”.