Palmeiras e Flamengo são os clubes brasileiros com maior capacidade de investimento segundo o estudo “Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros 2017”, divulgado pelo Itaú BBA nesta terça-feira (dia 20).
Ao aplicar a fórmula de receitas x despesas, o time carioca e o paulista se destacam no levantamento feito pelo banco com os 27 principais clubes do país. O Flamengo por ter implementado uma gestão que buscou diminuir o endividamento do clube. Já o Palmeiras em grande parte auxiliado pelo patrocínio polpudo da Crefisa.
Os dois clubes abocanharam 38% do fluxo de caixa contando os números de todos os times. Só o Flamengo foi responsável por 21%, enquanto o Palmeiras ficou com 17%.
“Se pegarmos 2015 e 2016, a diferença de receita não é tão representativa. Mas o que esses clubes conseguem fazer em gestão de recursos é significativo. Se olharmos só o recurso recorrente, que é retirando a receita com venda de atletas, Flamengo e Palmeiras têm desempenho assustador em relação ao resto [dos clubes]”, afirma Cesar Grafietti, superintendente de crédito do Itaú BBA e coordenador do estudo.
No cálculo, o dinheiro conseguido com negociação de jogadores não é levado em conta pelo fato de esse tipo de receita variar muito de um ano para o outro. Fontes mais constantes vem com direitos de TV, bilheteria e patrocinadores.
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Em faturamento, o Palmeiras liderou o ranking, com ganhos de R$ 469 milhões em 2016. Em relação à temporada anterior, o clube viu um aumento de 56% na arrecadação, tendo superávit em todos os setores. Os direitos de TV cresceram 45%, os patrocínios aumentaram 39% e a renda de bilheteria e com o programa de sócio-torcedor subiu 35%.
Até o setor de negociação de atletas, que não é tradicional no clube, experimentou uma subida de 920%, saltando de R$ 5 milhões para R$ 51 milhões graças à negociação de Gabriel Jesus para o Manchester City.
O Flamengo ficou um pouco atrás do time paulista, arrecadando R$ 408 milhões. Como forma de comparação, o Vasco, o segundo colocado no Rio de Janeiro, ganhou praticamente a metade (R$ 213 milhões).
Ao contrário do Palmeiras, porém, o faturamento do time rubro-negro veio principalmente de uma fonte de receita, os direitos de transmissão, que aumentaram 69%. Os rendimentos com publicidade (-22%) e bilheteria/sócio-torcedor (-10%) sofreram queda. Apesar disso, o time se manteve sustentável com o controle nos gastos.
Lógico que dinheiro em caixa não significa garantia de conquista de títulos. Mas ajuda. No ano passado, por exemplo, o Palmeiras conquistou o Brasileirão após um jejum de 22 anos.
“Não quer dizer que Flamengo e Palmeiras vão ganhar tudo. Mas os clubes têm capacidade de competir melhor, enquanto os outros times estarão tentando fechar a conta no final do mês”, explica Grafietti.