O Palmeiras cedeu, ao menos parcialmente, à pressão realizada por parte de seus torcedores. Agora, o clube cobrará menos por algumas entradas atrás do gol, em uma iniciativa de oferecer ingressos mais baratos.
O número de entradas ainda é restrito, menos de 500. Elas estarão disponíveis a todos os torcedores por cerca de R$ 50, o que também não representa um desconto expressivo. Na semana anterior, o clube chegou a enviar uma nota oficial para justificar os preços altos: na visão dos dirigentes palmeirenses, o valor cheio não pode ser considerado porque os sócios têm descontos significativos.
Análise: Estádio deve ser lugar para todo tipo de torcedor
As medidas palmeirenses ocorrem em um momento em que a discussão por preços de ingressos volta a ficar em evidência. Nesta semana, por exemplo, o ex-presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, defendeu tíquetes altos em entrevista ao “Uol”. “Rico vai ao estádio. Pobre assiste ao futebol na TV”, afirmou.
Homem forte do clube mineiro, Kalil usou como exemplo os tíquetes médios das ligas dos Estados Unidos de basquete e futebol americano. Citou também o futebol europeu, sem considerar a flexibilização do preço das entradas entre as principais equipes do Velho Continente e a política popular aplicada na Alemanha.
A Alemanha, por sinal, também voltou a levantar a questão nesta semana. Na Liga dos Campeões, torcedores do Bayern de Munique levantaram faixas contra os ingressos altos para torcidas visitantes, na faixa dos 50 euros (cerca de R$ 210). “A ganância não conhece limites. Vinte é muito”, diziam os torcedores.
Os times do país costumam deixar carga de ingressos populares. No Bayern, a parte sem cadeiras do Allianz Arena fica em 15 euros na Bundesliga. O caso mais famoso é do Borussia Dortmund, com a chamada “Muralha Amarela”. A área popular do Signal Iduna Parka abrange 25 mil pessoas, com tíquete a 13 euros.
Entre os rivais do Palmeiras, o assunto também costuma rondar os bastidores. Após diversos ajustes na precificação dos ingressos, o Corinthians manteve a área popular, sem cadeiras, a R$ 40. Mas o caso mais notável é do São Paulo, que nos últimos anos se acostumou a adotar preços baixos para lotar o Morumbi. Contra o Red Bull, por exemplo, o torcedor poderá ir ao estádio com R$ 20 no bolso.