O COI (Comitê Olímpico Internacional) lançou um pacote de 40 reformas na tentativa de conter o gigantismo da Olimpíada e voltar a motivar os países a querer ser sede do evento. As mudanças foram aprovadas no fim de semana na 127ª assembleia do Comitê Executivo da entidade, realizada em Mônaco.
No novo formato de candidatura olímpica, o COI é quem convida as cidades que julgar com maior potencial. Assim, segundo o “Le Monde”, para os Jogos de 2024, foram chamadas Paris, Roma, Berlim e uma cidade dos Estados Unidos, que ainda será escolhida pelo Usoc (comitê olímpico do país). Boston, Los Angeles, San Francisco e Washington são as pré-candidatas.
O contrato com a cidade eleita e sua contribuição econômica será público. Além disso, o COI espera que todos os documentos sejam públicos o que teoricamente diminuiria as chances de haver suborno.
Outra medida seria intensificar o uso de instalações temporárias ou já construídas como forma de diminuir os custos da competição. Também foi introduzida a possiblidade de que algumas modalidades, e não só futebol e vela, como já ocorre tradicionalmente, sejam disputadas em outras cidades e até outros países. Isso já aconteceu uma vez na história olímpica, quando o hipismo dos Jogos de Melbourne, em 1956, foi disputado em Estocolmo, na Suécia, por causa de problemas sanitários na Austrália.
Outra recomendação do pacotão de reformas do COI é aumentar a colaboração com as grandes ligas profissionais, como forma de garantir a presença dos melhores atletas de beisebol, basquete e futebol nos Jogos Olímpicos. O limite de 10.500 atletas participantes foi mantido na competição que terá um limite de 310 medalhas de ouro.
Pela primeira vez, o COI estabeleceu como objetivo a ser alcançado a participação de 50% de homens e 50% de mulheres nos Jogos. Para isso, planeja-se a inclusão de mais provas mistas. Essa divisão nunca aconteceu antes, apesar da intenção equitativa proposta pelos organizadores dos Jogos de Londres-2012.
Outra ideia a ser implementada são as cerimônias especiais de pódio, que irão ocorrer após a desclassificação de algum atleta por doping. Atualmente, os eliminados pelo exame devolvem suas medalhas, que são redistribuídas aos demais competidores. Com a iniciativa, o COI pretende premiar quem competir limpo.
Para propagar ainda mais as ideias do olimpismo, o COI pretende reforçar o uso não comercial de sua marca, além da criação de um canal de TV olímpico.