Desde o início da temporada, quando Montillo ameaçou deixar Minas Gerais e rumar para o Corinthians, em busca de salário significativamente maior, o Cruzeiro vem prometendo conseguir ampliar a remuneração do argentino, e uma das possibilidades era captar um patrocinador só para ele. Meses depois, após visitar várias empresas, o clube conseguiu apenas o aporte de um torcedor apaixonado.
Pietro Sportelli, fundador da Aethra Componentes Automotivos e conselheiro obstinado pela equipe celeste, decidiu pagar parte do salário do atleta. O negócio não envolve em nada o departamento de marketing cruzeirense, por uma razão simples: é quase uma doação. Não há nenhuma previsão de que o patrocínio seja ativado, tampouco há alguma propriedade como contrapartida para o empresário.
A atuação do dono da companhia no Cruzeiro não é nova. No início de 2007, Sportelli tornou a Aethra patrocinadora do time mineiro, quando a diretoria de marketing ainda era comandada por Antônio Claret Nametala. À época, o logotipo da fabricante de peças foi inserida na manga da camisa e no calção até o fim da temporada. Os valores, de 2007 e os atuais, repassados a Montillo, não foram divulgados.
Desse modo, a remuneração do meia passa a ser composta por parte paga pelo próprio Cruzeiro, parte paga pelo conselheiro, mais um bônus oriundo da venda de camisas com o nome dele. A Olympikus, nova fornecedora de materiais esportivos cruzeirense, comprometeu-se a fornecer relatório detalhado sobre as vendas, e os royalties referentes ao uniforme do argentino serão repassados à conta pessoal dele.
A cúpula celeste esbarrou em uma deficiência existente em muitos outros jogadores de futebol que se destacam no Brasil. Apesar de boa capacidade técnica dentro de campo, muitos não conseguem criar uma imagem fora dele, como faz Neymar. O santista, inclusive, é um dos únicos exemplos recentes de sucesso com patrocinadores. Outros, como Ganso e Leandro Damião, também têm dificuldades.