Paris 2024 tenta receita de € 140 milhões com patrocínio para atingir meta de arrecadação

A mascote Phryge, dos Jogos de Paris 2024, em evento com crianças em abril - Divulgação

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 (Cojop) está perto de atingir a meta original de receita de patrocínio até o final deste ano, deixando cerca de € 140 milhões para serem obtidos no ano que vem, nos meses que antecedem o megaevento.

No final do ano passado, Paris 2024 anunciou um aumento de 10% em seu orçamento, para € 4,38 bilhões, o que teve como efeito indireto a necessidade de aumentar a meta de patrocínios domésticos de € 1,1 bilhão para € 1,24 bilhão.

Neste momento, há apenas uma vaga no nível parceiro premium, o mais alto do programa de patrocínio doméstico, e deve ser preenchida pela LVMH, companhia que engloba as marcas de luxo Moët et Chandon, Hennessy e Louis Vutton.

Acredita-se que um acordo no valor de cerca de € 150 milhões está próximo de ser assinado, o que ajudará a garantir que Paris 2024 atinja 92% de sua meta revisada de patrocínio antes da entrada no ano dos Jogos Olímpicos.

Meta

Étienne Thobois, CEO do Cojop, mostrou estar otimista de que os objetivos financeiros com patrocínio sejam atingidos.

“Estamos confiantes de que atingiremos a meta original. No momento, temos 92% da meta total até o fim do ano. Isso significa que ainda temos 8% pela frente. Mas sentimos que o projeto ainda é muito atraente para os patrocinadores e a comunidade empresarial porque assinamos com mais de dez parceiros desde o início deste ano”, afirmou Thobois, em entrevista ao site Sport Business.

“Já temos mais de 50 parceiros, incluindo os patrocinadores top olímpicos, e ainda temos grandes negociações em andamento”, acrescentou.

Além dos 14 patrocinadores top olímpicos, o programa de patrocínio doméstico do Paris 2024 conta com cinco parceiros premium (Orange, EDF, Carrefour, Sanofi e Groupe BPCE), 11 parceiros oficiais e 23 apoiadores oficiais.

Nos últimos dois anos, a Cojop trabalhou com oito agências de marketing esportivo para preencher o programa de patrocínio doméstico: os braços franceses das agências Sportfive e Infront, além da Havas Sports & Entertainment e Business France; agências suíças Shankai Sports International e Pareto Sport SA; YMC Marketing Consulting, da China; e The Sports Consultancy do Reino Unido.

 “Não temos uma meta definida em termos de número de patrocinadores, apenas uma meta financeira… Não estamos procurando marcas de médio porte. Em cada categoria procuramos o melhor, por isso leva tempo”

Étienne Thobois, CEO do Cojop

“Sabemos que não teremos mais parceiros premium tão próximos dos Jogos, a não ser aquele da área de luxo de que estamos falando [LVMH]. Então, na verdade, é mais no terceiro nível onde olhamos”, completa.

LVMH

O patrocínio da LVMH, que também conta com marcas como Fendi, Dom Pérignon e Veuve Clicquot, é o segredo comercial mais mal guardado desses Jogos. Ambas as partes admitem publicamente que haverá a parceria, embora o contrato ainda não tenha sido assinado.

A LVMH foi patrocinadora da candidatura de Paris para a Olimpíada de 2024, pagando mais de € 2 milhões pela propriedade. No momento, Cojop e LVMH discutem detalhes do acordo, incluindo quais marcas serão exibidas.

Há arestas a serem aparadas. A Omega, marca suíça de relógios da Swatch, é um dos patrocinadores top olímpicos. Com isso, as marcas de relógio de luxo da LMVH, como TAG Heuer, Bulgari e Zenith, não teriam lugar na Olimpíada.

“A LVMH é uma das maiores e mais fortes empresas francesas. Eles são inovadores, criativos e muito bem-sucedidos globalmente. Cerca de 90% de seus negócios são fora da França. Seu espírito, qualidade, excelência e habilidade dizem muito sobre Paris e o esporte”, ressalta Thobois.

“Queremos mostrar o melhor que a França tem a oferecer e definitivamente há uma conexão com a LVMH”, acrescenta.

Ingressos

O patrocínio é uma das três fontes de receita para o Cojop junto com venda de ingressos e produtos licenciados.

A receita estimada com ingressos e hospitalidade neste momento é de € 1,4 bilhão. A meta é considerada alcançável, já que 70% dos 10 milhões de ingressos já foram vendidos.

Paris 2024 terá a vantagem de ter esse tipo de receita, já que os Jogos de Tóquio 2020, disputados em 2021, não tiveram presença de público por causa das medidas sanitárias ainda em vigor para conter a pandemia da covid-19.

Produtos licenciados

Em termos de merchandising, a maior parte das vendas ocorre no ano que antecede os Jogos. Paris 2024 já tem 70 acordos assinados e já existem mais de 2.000 tipos de produtos com a chancela dos Jogos no mercado. Os organizadores afirmam que esse número subirá para cerca de 10.000 itens até o momento dos jogos.

“Esperamos arrecadar € 130 milhões em receitas com venda de produtos oficiais. Já temos uma garantia mínima de pouco mais de € 60 milhões. E teremos mais € 100 milhões se tudo o que está no plano de negócios virar realidade”, analisa Thobois.

Para ele, não há motivos para preocupação nesse setor, mesmo que para arrecadar € 130 milhões em receitas, os Jogos de Paris 2024 tenham que ser capazes de gerar € 2,5 bilhões.

“O que temos ouvido é que o visual, o logo, o pictograma, a mascote, tudo tem muito apelo no mercado. Nossos produtos licenciados serão capazes de cumprir um plano ambicioso”, afirma ele.

“É um grande programa, com grandes objetivos. Mas não temos motivos para acreditar que não vamos alcançá-lo”, completa.

A Olimpíada de Paris está programada para 26 de julho a 11 de agosto. Já os Jogos Paralímpicos serão de 28 de agosto a 8 de setembro. O primeiro evento teste, uma competição de vela, acontece no próximo domingo (9), em Marselha (sul da França).

Sair da versão mobile