Até o início de 2011, poucos brasileiros sabiam quem era Anderson Silva; seu apelo comercial era restrito ao fã do MMA. A modalidade cresceu, Silva ganhou destaque e fechou com a recém-formada agência do ex-jogador Ronaldo, a 9ine. A partir dali, tornou-se difícil ficar muito tempo sem ver o lutador em algum comercial na televisão. Ontem, essa popularidade pode ter tido um ponto final.
Nos últimos anos, Silva foi o rosto de diversas empresas. Nike, Procter & Gamble, Budweiser entre outras veicularam suas marcas ao brasileiro. São poucas, no entanto, que deverão resistir ao anúncio de doping, divulgado pelo UFC na última terça-feira. O lutador teria usado anabolizante num teste feito no dia 9 de janeiro.
Assunto delicado, o doping costuma afastar patrocinadores. Procuradas pela Máquina do Esporte, algumas das empresas se recusaram a comentar o caso neste primeiro momento. Duracell, HDI e Hotel Urbano gerenciaram a crise por esse caminho.
Caso mais explícito do desconforto foi dado pela Furnas. No fim de 2014, a estatal usou o termo “embaixador” para sinalizar um acordo comercial com Anderson Silva. Hoje, a comunicação da marca cravou que “não patrocina o lutador” e mantém apenas um acordo de imagem do atleta. E, ainda que o acordo tenha uma cláusula de dissolução, Furnas declarou que esperaráo desfecho do caso.
Outra empresa que ficou em situação delicada foi a Budweiser. A marca de cerveja foi quem mais ativou Silva para o retorno da luta do último sábado. Em dezembro, a empresa lançou um comercial celebrando o retorno do atleta ao octógono. Por ora, a comunicação da cervejaria preferiu não se pronunciar. Em 2012, a empresa esteve em situação semelhante, com o ciclista Lance Armstrong. O contrato foi rompido apenas após a confirmação do doping.
Outro problema que Anderson Silva deverá enfrentar é a ausência de patrocinadores fixos. Nos últimos anos, o atleta esteve em evidência por meio de variadas marcas, mas muitas delas com contratos pontuais.
Agora, Silva terá que desagarrar do case de marketing esportivo realizado em 2011 para criar um novo. Independentemente do que acontecerá com a investigação sobre seu doping, sua imagem passa por uma crise e deverá ser reconstruída caso ele queira novos contratos polpudos.