Corinthians e Palmeiras, históricos arquirrivais, irão disputar no fim de julho a Supercopa Eurofarma de Futebol Júnior. O ingresso na competição – disputada também por Porto e Sevilla, da Europa, e Boca Juniors e Peñarol, da América do Sul – tem um propósito comum para os paulistas: valorizar novos negócios. “Obviamente, existe o interesse de clubes do exterior nos nossos atletas”, afirma o diretor de futebol não-profissional do Palmeiras, Lourival Silvestre. O dirigente argumenta que, na plateia, haverá empresários atentos aos movimentos dos jogadores alviverdes. “Futebol é fonte econômica, e os clubes têm que sobreviver. Eles sobrevivem com a formação de jovens nas categorias de base”. O diretor destaca, como exemplo, o capitão do time que disputará a Supercopa, Michael. “Há três anos, em Cannes, ele esteve conosco no torneio do Zinedine Zidane”, conta. “Ele tinha 15 anos e, hoje, já tem experiência no exterior”. No caso do Corinthians, a mentalidade é a mesma. “Uma equipe sub-15 está viajando para a Espanha para disputar um torneio”, diz Antonio Craveiro, diretor de futebol amador do Corinthians. Títulos em competições realizadas em Dallas, nos Estados Unidos, e Valência, na Espanha, são festejados pelo executivo como maneira de incrementar futuras vendas. “O nosso garoto tem que se adequar a essas situações por uma questão de globalização”, argumenta. O convívio com jogadores de outras nacionalidades, tanto em partidas no exterior quanto em jogos contra estrangeiros no Brasil, caso da Supercopa Eurofarma, agrega valor aos meninos, na visão de Craveiro. A presença de olheiros nas arquibancadas, mais uma vez, é ressaltada pelo dirigente, admirador do sistema aplicado no Barcelona. Os espanhóis são referência mundial em investimentos nas categorias de base e vêm colhendo bons resultados nos últimos anos. Na temporada 2008/2009, venceram todos os campeonatos possíveis com jogadores formados no clube, como Messi e Xavi. Por essa razão, o Corinthians prioriza torneios e tem tendência a aceitar convites para participar de competições, desde que bem organizadas. “Eu diria que as sondagens para que joguemos campeonatos não são nem diárias, são horárias”, brinca o diretor corintiano. “E nós não negamos, muito pelo contrário: podendo, vamos sempre marcar presença”.