Existe ainda no Brasil alguma resistência quanto a patrocínios que envolvem clubes de futebol. Alguns profissionais de marketing temem que, ao se associar a um time, os torcedores de outros rejeitariam a marca. Incomodada com a questão que permanece no imaginário de alguns executivos, o instituto de pesquisa Ibope Repucom fez um levantamento para provar o contrário.
O estudo foi feito pela plataforma Sponsorlink, com mil entrevistados, e que representa 74 milhões de pessoas que têm acesso à internet no Brasil. Pelo resultado, apenas 9% afirmou que deixaria de consumir um produto ou serviço de uma empresa que patrocinasse o time rival.
O número, próximo dos 10%, parece mais alto do que ele é na realidade. Primeiramente, porque ele se refere apenas às marcas que estão com os maiores rivais. Ou seja, o palmeirense com um patrocinador do Corinthians ou um flamenguista com um patrocinador do Fluminense. Na prática, com a população geral, esse número ficaria bem menor. Um parceiro do Corinthians não teria nenhuma rejeição dos torcedores do Rio de Janeiro, por exemplo.
O outro fator é que o dado que indica que o consumidor não compraria uma marca pode ser dividida em três partes iguais, com diferentes níveis de como isso é posto em prática. O que significa que apenas um terço desses 9% têm rejeição total à marca no time rival. Ela representa a faixa dos mais fanáticos, pouco expressivo no contexto geral.
O dado se refere à intenção de compra. No cenário mais aberto, no modo como o consumidor enxerga a marca, 64% das pessoas responderam que não teriam qualquer tipo de rejeição a um patrocinador de um time rival.
Na última semana, o diretor-executivo do Ibope Repucom, José Colagrossi, foi taxativo ao comentar o fato: “Se houvesse alguma rejeição de compra, nenhuma marca do mundo patrocinaria um time de futebol”.