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Petrobras nega mudança premeditada no esporte

Empresa mudou patrocínios, mas isso aconteceu como reação Nos últimos dois anos, a Petrobras revolucionou as principais iniciativas da companhia no esporte. Entretanto, isso não…

Empresa mudou patrocínios, mas isso aconteceu como reação

Empresa mudou patrocínios, mas isso aconteceu como reação

Nos últimos dois anos, a Petrobras revolucionou as principais iniciativas da companhia no esporte. Entretanto, isso não ocorreu por vontade da companhia. O extenso conjunto de alterações na participação da empresa revela mais reação do que premeditação.

O exemplo mais claro disso aconteceu no futebol. A Petrobras patrocinava o Flamengo até 2009, mas o clube tinha dificuldade para receber recursos de uma estatal porque não conseguia apresentar documentos que comprovassem inexistência de débito fiscal.

Essa questão acelerou o término da parceria, cuja longevidade passou de duas décadas. Como reação, a Petrobras procurou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e fechou no fim do ano passado um aporte ao torneio nacional da modalidade.

O aporte da Petrobras ao Campeonato Brasileiro inclui placas de publicidade estática e uma série de ações comerciais. Nesta temporada, a principal campanha de ativação tem sido uma série de documentários sobre as torcidas dos times que disputam a primeira divisão.

“Nós temos uma política de fazer patrocínios nacionais. Patrocinávamos o Flamengo porque era o time de maior torcida do país, e quando isso acabou nós decidimos procurar a CBF para fechar algo de abrangência nacional”, disse Cláudio Thompson, gerente de patrocínio esportivo da Petrobras.

O futebol, contudo, não foi o único esporte em que a Petrobras mudou nos últimos anos. Parceira da Williams durante dez temporadas na Fórmula 1, a companhia também deixou a principal categoria do automobilismo mundial em 2008.

“Mas nós também não saímos. Fomos saídos”, brincou Thompson. A Petrobras acertou naquele ano a mudança para a escuderia Honda, mas o time teve problemas financeiros e não participou da Fórmula 1.

Neste ano, a Petrobras chegou a acertar seu retorno à Fórmula 1 para 2011. Entretanto, o fornecedor de motores da equipe que viabilizaria isso já tinha parceria com outra empresa do segmento de combustíveis, e isso complicou a negociação.

Também pesa para o afastamento da Petrobras da Fórmula 1 a indefinição sobre o modelo de motores que será usado na categoria durante as próximas temporadas. Essa decisão terá influência direta, já que a companhia brasileira sempre usou a disputa automobilística como forma de testar e promover seus produtos.

Completa a lista de mudanças da Petrobras no esporte a participação em modalidades olímpicas. A empresa encerrou neste ano uma parceria com a Confederação Brasileira de Handebol (CBHB), mas isso aconteceu por decisão da entidade esportiva.

Em contrapartida, a Petrobras fechou com cinco outras confederações (boxe, esgrima, levantamento de peso, remo e taekwondo) e criou um projeto que consumirá R$ 265 milhões entre alto rendimento e esporte educacional até 2014.

Até esse projeto, uma das maiores investidas da Petrobras no esporte, é em parte uma reação. O dinheiro será investido via Lei de Incentivo ao Esporte, mecanismo que a empresa já pretendia ter usado anteriormente. Isso só não aconteceu porque a companhia esperava mudanças legislativas no formato de entrega dos recursos e na fiscalização sobre os beneficiados.