Após reunião com advogados feita na tarde da última quarta-feira, Fernando Rossi, diretor de esportes coletivos do Pinheiros, antecipou via Twitter que o clube deverá ter um gestor de carreiras em breve. A ideia, na verdade, sucedeu uma série de desabafos por ter perdido um garoto de 13 anos e 2,05 metros de altura para o Real Madrid. Esse profissional será encarregado de coibir outras transferências.
O principal problema na ida de Felipe dos Anjos para a Espanha é que o Pinheiros, no qual ele ingressou muitos anos antes, não irá receber nenhum centavo pela formação dele. “Hoje nós damos escola, médicos, psicólogos, fisiologistas, e de repente aparece um agente e leva o garoto para fora do país sem nenhuma dificuldade, porque ele tem 13 anos”, explica Rossi à Máquina do Esporte.
A razão pela referência à idade do menino é que contratos só podem ser assinados a partir dos 14 anos, segundo estipula a Lei Pelé. “Hoje nós já temos um mecanismo de defesa que é fazer contrato para todos entre 14 e 19 anos”, acrescente o diretor de esportes coletivos. “É um documento assinado pelos pais com vários direitos e deveres, e se ele sair para outro clube, estamos protegidos”.
Para virtuais atletas com idade abaixo à prevista para se assinar um contrato, então, entraria a atuação desse gestor de carreiras do Pinheiros. O projeto ainda é bastante cru e ainda nem chegou a ser exposto ao presidente do clube, mas trata-se de ter um profissional que iria interagir com as principais apostas, sobretudo na área jurídica e de aconselhamento, para que elas ficassem mais tempo no Brasil.
“A ideia inicial é que ele possa discutir com agente homologados, procuradores, o futuro da criança. É a única maneira que vimos para talvez não deixar a coisa como está, senão desanima. Precisamos recuperar o investimento que fizemos”, conclui Rossi, bem mais calmo do que aparentava na rede social, na qual chegou a chamar o Real Madrid de “sem vergonha” e “babaca”.