O Fortaleza anunciou, nesta quarta-feira (4), que passará a ter um time de futebol em cadeira de rodas, o Fortaleza Power Soccer. Com isso, a equipe cearense entra para a história da modalidade como o primeiro clube de futebol profissional brasileiro a apoiar uma equipe da modalidade, conhecida como Power Soccer.
O esporte surgiu na França, em 1978, com o objetivo de reabilitar jovens com deficiências severas. Depois, passou por aperfeiçoamentos por mais de 20 anos, até que se tornou oficialmente um esporte. Em 2006, também na França, foi criada a Federação Internacional de Futebol em Cadeira de Rodas (FIPFA), que unificou as regras do jogo. No ano seguinte, o esporte já teve sua primeira Copa do Mundo, que aconteceu em Tóquio, no Japão.
Na América do Sul, o Brasil foi pioneiro na modalidade. O esporte chegou ao Ceará em meados de 2014, quando o atleta Tiago Pinto retornou de um intercâmbio nos Estados Unidos, aprendeu sobre o esporte e arrecadou fundos para montar o primeiro e único time de futebol em cadeira de rodas do Nordeste, o Noho Power Soccer.
O time, comandado pelo técnico David Xavier, disputou o Campeonato Brasileiro em 2014, 2016, 2017 e 2018. Em 2019, na oitava edição da competição, o Noho, que passará a se chamar Fortaleza Power Soccer em 2020, terminou com o vice-campeonato.
Foto: Renan Bittencourt
“Desde agosto vínhamos conversando com a equipe e firmamos a parceria em novembro. Esse apoio é importante, pois, com a visibilidade que um clube como o Fortaleza tem, pode ajudar a modalidade a crescer cada vez mais no Brasil. Como já existia um time dentro do estado que é competitivo e organizado, ficamos felizes em tê-lo como parceiro do clube”, explicou Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.
Vale ressaltar que o Campeonato Brasileiro de Futebol em Cadeira de Rodas é uma disputa organizada pela Associação Brasileira de Futebol em Cadeira de Rodas (ABFC) e segue as regras da Federação Internacional de Futebol em Cadeira de Rodas (FIPFA). Para participar da competição, os times precisam se credenciar e os atletas precisam estar aptos para a modalidade.
O Power Soccer é o único esporte que promove a inclusão de pessoas com deficiências mais severas. Os atletas devem ter diagnósticos como paralisia cerebral, miopatias, amputações, lesões medulares, entre outros que os façam manipular cadeiras motorizadas para a prática do jogo.
Os jogadores são divididos em duas categorias: PF1 (maior comprometimento motor) e PF2 (comprometimento moderado). Cada equipe deve ter, no mínimo, dois atletas PF1 por partida. Os times podem ser mistos, ou seja, homens e mulheres podem jogar juntos e não há limite de idade.
As cadeiras utilizadas são motorizadas e chegam a 10km/h, enquanto a bola do jogo também é diferenciada, medindo 32,5cm de diâmetro. As equipes podem ter oito jogadores em seus elencos, com quatro titulares e quatro reservas, sendo um goleiro e três atletas de linha. O jogo acontece em dois tempos de 20 minutos, com um intervalo de 10 minutos.