As duas primeiras medalhas ganhas pelo Brasil nos Jogos Paralímpicos foram conquistadas dentro de um Estádio Olímpico do Engenhão com cerca de 6 mil pessoas, mas que, dependendo do ângulo visto pelo torcedor na televisão, parecia estar apinhado de gente.
Isso só foi possível graças a uma manobra feita pelo comitê organizador dos Jogos, que concentrou o público presente ao estádio no anel inferior, dando preferência para preencher os espaços que ficariam mais visíveis na televisão.
Para conseguir isso, porém, o Rio 2016 quebrou uma regra. O lugar marcado nos assentos não estava sendo respeitado. A reportagem da Máquina do Esporte tentou entrar pelo setor oeste do Engenhão para a sessão da manhã no estádio.
A rampa de acesso à ala estava fechada. Por dentro do estádio havia também barreiras que não permitiam a passagem do público, que teve de se concentrar na ala leste. Inicialmente, apenas uma das quatro alas estava aberta. Só depois de ela encher é que foram abertos os outros setores, que ficariam na área atrás do gol do estádio olímpico.
A decisão do comitê fez com que a prova em que resultou na conquista do primeiro ouro brasileiro, o salto em distância, fosse vista de perto pelo público. Porém, todas as chegadas das corridas estavam no lado oposto ao do torcedor, mas de frente para a tribuna de mídia.
Na TV, porém, como a imagem geralmente era do ângulo oposto, dava a impressão de estádio cheio.
Com muitas crianças de escolas do Rio de Janeiro, o público gerou problemas à organização. Como é preciso silêncio antes dos saltos, para que o atleta seja conduzido pelos sons de seus treinadores, foi preciso fazer às pressas cartazes que pediam silêncio à torcida.