Insatisfeita com o ritmo das obras de preparação para a Copa do Mundo de 2014, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou nesta quarta-feira (1º) que fará concessões de parte do controle de aeroportos para a iniciativa privada.
Os aeroportos de Guarulhos e Viracopos, ambos em São Paulo, e Brasília, no Distrito Federal, serão cedidos por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) a investidores privados. A participação da Infraero, atual responsável, continuará sendo de 49%.
A medida tira poder da Infraero na gestão desses aeroportos, considerados estratégicos pela presidente. Na visão de Dilma, a companhia estatal não estava conseguindo gerir os três aeroportos, diante da demanda gerada pelo evento esportivo.
Desse modo, com empresas da iniciativa privada auxiliando a Infraero, a presidente também acredita que a estatal se tornará mais atrativa para eventual abertura de capital, ainda sem data prevista. Um “choque de competitividade”, como ela disse, será benéfico.
Orlando Silva Junior, ministro do Esporte, foi escolhido pelo governo para explicar o modelo a ser adotado. Empresas aéreas brasileiras e estrangeiras, sem restrição, poderão participar do processo de licitação, segundo ele.
As empresas que irão assumir o controle dos aeroportos terão como missão gerir a operação do estabelecimento e comandar as obras de ampliação, restando à Infraero, como acionista minoritária, participar das principais decisões.
Os editais devem ser distintos, uma vez que Brasília e Viracopos têm receitas mais baixas do que Guarulhos. Os critérios da licitação serão estabelecidos por empresas especializadas, não reveladas até o momento. Obras no entorno também estão previstas.