O Fortaleza decidiu abrir guerra publicamente contra a Turner na discussão sobre a divisão dos valores pagos pela emissora para os sete clubes com os quais ela tem contrato e disputam a Série A do Brasileirão. Antes do jogo contra o Internacional, no último sábado (17), os jogadores do time entraram em campo com uma camisa branca com o número -14 escrito em vermelho.
O número é uma alusão aos R$ 14 milhões a menos que o Fortaleza recebe da Turner pelos direitos de transmissão do Brasileiro em relação a Athletico-PR, Bahia, Ceará, Internacional, Palmeiras e Santos, que vão dividir entre si R$ 140 milhões referentes à edição de 2019 do torneio, enquanto o time cearense receberá R$ 9 milhões.
Foto: Reprodução / TNT
No começo deste mês, esses seis clubes optaram por dividir igualmente as cotas da TV paga, acabando com a premiação variável que havia sido proposta pela Turner quando convenceu os clubes a deixarem o SporTV para buscar uma divisão mais justa do dinheiro da televisão. Dos sete times que têm contrato com a emissora dona do Esporte Interativo, apenas o Fortaleza fez um acordo diferente. Como na época da assinatura com a Turner o clube ainda estava na Série C do Brasileirão, aceitou receber um valor fixo numa hipotética disputa da Série A.
LEIA MAIS: Análise: Clubes insistem em lutar contra si na TV
O protesto aconteceu exatamente no jogo que o canal TNT transmitiu na rodada deste final de semana do Brasileirão, entre Fortaleza e Internacional. O time cearense subiu ao gramado do Estádio Castelão com a camisa, que foi focalizada pelas câmeras da Turner. Assim que a equipe perfilou para cantar o hino nacional, as camisas foram recolhidas por um funcionário do Fortaleza. Apenas o time titular as utilizou.
Foto: Reprodução / TNT
“Depois de muitas reuniões e conversas com executivos do grupo, a diretoria do Tricolor ouviu que o contrato que o clube mantém com a emissora até 2024 para transmissão dos jogos do Leão na Série A do Brasileiro em TV fechada não será alterado”, afirmou o clube, em comunicado enviado à Máquina do Esporte.
O protesto público foi o primeiro desde que, no dia 9 de agosto, foi revelado pelo blog do Marcel Rizzo que os outros seis times que possuem contrato com a Turner haviam decidido dividir igualmente a verba de R$ 140 milhões, o que fará com que cada um receba cerca de R$ 23 milhões da emissora. Naquela ocasião, Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, afirmou apenas que não participou da reunião que definiu essa nova configuração do contrato e reclamou da diferença de valores. Procurada, a Turner não respondeu sobre o protesto do Fortaleza.