Um carro personalizado sobre uma representação de porta com cerca de 30 metros. A súbita descida e a quebra de um recorde mundial de salto de automóveis. Para as crianças, de referência da campanha da “Hot Wheels For Real” há apenas os instrumentos que fomentam suas imaginações em tamanhos antes inimagináveis. Para a Mattel, isso é suficiente.
Considerando que os automóveis na escala de 1:64 são destinados a crianças com até 12 anos de idade, não é preciso uma apurada observação para perceber que a ação “for real” da Hot Wheels estava desfocada de seu público alvo. A armação foi realizada na prova das 500 milhas de Indianápolis, um dos mais tradicionais circuitos do mundo, e a proeza e a plateia tinham como espectadores olhares adultos.
Para a Hot Wheels, no entanto, o investimento na ação não se dirige à associação de uma modalidade e seus valores, como explica a diretora de marketing da empresa no Brasil, Isabel Patrão. “Na campanha, o link com a velocidade é muito óbvio. Essa ligação não é necessariamente com o esporte”, afirmou.
Dessa maneira, o fascínio criado pelos quatro corredores misteriosos da campanha não recai na Fórmula Indy, na Nascar ou na Fórmula 1, mas na experiência criada. Com esse intuito, a Mattel convocou pilotos expoentes em suas categorias e em suas regiões físicas, caso do recém contratado Felipe Massa, brasileiro da Ferrari na F-1.
Não foi essa a estratégia traçada pela Mattel em parceria anteriores. Com a própria Fórmula Indy, a Hot Wheels fechou parceria para fazer miniaturas dos carros utilizados em 2009. Outro exemplo está na Barbie, da mesma empresa, que há alguns anos foi lançada com uma versão golfista. Longe da adrenalina exaurida por um hole in one, o objetivo declarado era associar a marca aos valores da modalidade.