A primeira edição da Feira Brasileira de Golfe (Febragolfe), no ano passado, gerou um faturamento direto de R$ 1 milhão para os expositores. Ainda assim, a expectativa para o evento em 2009 é uma evolução contundente. As principais explicações para esse otimismo são o aquecimento do mercado e o papel de intermediária que a convenção adquiriu. Curiosamente, o aquecimento do mercado é anterior à confirmação do golfe como modalidade olímpica a partir de 2016, que aconteceu neste ano. ?Uma das coisas que a gente tem percebido nas visitas a eventos de fora é que o mercado do golfe já atingiu uma maturidade muito grande em alguns países. Portanto, a tendência é que comece a focar outros locais. Existe certa orientação da indústria para procurar oportunidades em mercados que estejam em desenvolvimento. Falam bastante no Bric [acrônimo para Brasil, Rússia, Índia e China, criado pelo economista Jim O?Neill para designar os quatro principais países emergentes do mundo], mas a Rússia tem um problema climático e a Índia também sofre com questões industriais e culturais. Isso faz de Brasil e China os principais consumidores para um futuro próximo?, explicou Andreas Wilcken Júnior, um dos organizadores da Febragolfe. A aposta internacional no Brasil também pode ser explicada pela proporção ainda tímida que o mercado do país sul-americano possui. O golfe local movimenta um quarto do valor da modalidade na Argentina (valor que considera o que é empregado em campos, atletas, equipamentos e produtos, por exemplo). ?Quando a Febragolfe foi criada, a intenção era dar um forte apelo comercial ao evento. Queríamos que as pessoas tivessem a chance de ir, testar equipamentos, conhecer produtos e adquiri-los lá. Por que fizemos isso? Porque o mercado ainda estava em crescimento e tinha um potencial enorme. Acho que é um momento similar ao que o Brasil pré-Collor vivia com a informática. Havia um desabastecimento, poucos pontos de venda, e foi criada uma feira chamada Fenasoft para que as pessoas pudessem comprar produtos. Em um primeiro momento, essa foi a proposta daquele evento?, comparou Wilcken Júnior. Se o mercado brasileiro já era visto como um dos maiores potenciais para a modalidade, a sensação tornou-se mais vívida depois de o país ter sido confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Os eventos tiveram clara influência no interesse de empresas pela região. Neste ano, outro fator completou o cenário favorável ao golfe. A modalidade foi confirmada pelo Comitê Olímpico Internacional como uma das novidades no programa das Olimpíadas de 2016 ? a outra será o rúgbi. ?Ainda é cedo para sentirmos um aquecimento do mercado em função disso, mas já percebemos uma intenção de aquecimento. Posso falar pelo que aconteceu com a gente: depois que o golfe foi anunciado nas Olimpíadas, o que aconteceu em uma sexta-feira, passamos a segunda e a terça dependurados no telefone, respondendo a solicitações de expositores daqui e de fora. Percebemos que há muita gente querendo participar desse momento que o esporte vai viver nos próximos sete anos?, afirmou o organizador da feira. A ebulição do mercado aumentou o volume de empresas que tentam gerar negócios com o golfe. E com isso, fortaleceu um papel que a Febragolfe já havia assumido em sua primeira edição, ainda que isso tivesse acontecido com uma perspectiva menos incisiva. ?Um dos papéis que a gente acabou desenvolvendo é apresentar A para B para que eles possam fazer negócios, até porque o mercado está em desenvolvimento e ainda falta um fórum. A gente ajuda, mostra o mercado e apresenta as pessoas. Neste ano, uma empresa americana está vindo para cá. A gente acompanha e mostra os possíveis distribuidores?, relatou Wilcken Júnior. A Febragolfe foi montada com um planejamento inicial para cinco edições. O evento deste ano acontecerá entre os dias 12 e 14 de novembro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.