Sobre o palco do evento que apresentou a Libertadores de 2017, o presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez, lamentou as antigas administrações da entidade: “Encontramos uma Conmebol em que o objetivo era o dinheiro, e o futebol era o meio de consegui-lo”. Agora, com o principal torneio de clubes reformulado, o mandatário quer mudar a imagem do futebol sul-americano.
A Libertadores de 2017 será a maior de sua história. Serão 47 times, que disputarão o título durante toda a temporada. Antes da fase do grupo, haverá três fases eliminatórias. O calendário mais longo, que acabou tirando as equipes mexicanas do torneio, foi usado de exemplo pela direção da Conmebol; a ideia é não prejudicar os participantes em suas ligas locais.
Não foi só no formato que a Libertadores apresentou mudanças. Até mesmo um novo logotipo para o torneio foi exibido, com arcos dourados. Com o title sponsor, o torneio passa a ser chamado oficialmente de Conmebol Libertadores Bridgestone.
Dominguez fez questão de ressaltar que as mudanças não seriam apenas superficiais dentro do comando da Conmebol, marcada pela renúncia de Nicolás Leoz em 2013 após uma série de denúncias de corrupção que atingiu diversas confederações sul-americanas, inclusive a brasileira.
“Quando assumimos a Conmebol, enfatizamos áreas fundamentais, como contas transparentes, justiça, organização, modernização e criação de valor. Implementamos cinco auditorias simultâneas. Pela primeira vez na história, preparamos um orçamento com o conselho e o disponibilizamos ao público geral”, resumiu o presidente da entidade.
Ainda assim, uma questão se manteve inalterada na nova Libertadores. Havia a expectativa de mais um aumento na premiação, mas ela deverá se manter idêntica ao que foi apresentado no torneio de 2016. A pouca valorização financeira do torneio é uma reclamação das equipes brasileiras nos últimos anos.
Nesse caso, uma mudança mais relevante só deve acontecer em 2019, quando entrará em vigor um novo contrato de televisão; o atual, que a Fox detém, é válido até 2018. A Conmebol espera, com uma Libertadores valorizada, um aumento significativo nas próximas negociações. E um dos trunfos é justamente o aumento de times brasileiros, já que o país é o principal mercado da região. Em 2017, o país terá oito representantes.
A partir de 2018, a Libertadores será pressionada até pela Copa do Brasil. Com mais de R$ 60 milhões em prêmio ao campeão, o torneio nacional paga mais que o dobro do concorrente continental.