A novela acabou. Como foi antecipado pela Máquina do Esporte na última sexta-feira (21), a Fox e a Comcast disputaram um leilão no sábado (22) para ver quem daria o lance mais alto pela compra da emissora de televisão por assinatura britânica Sky. A vitória foi da operadora de TV a cabo americana Comcast.
Segundo o site britânico SportsPro Media, como já era previsto, o leilão teve três rodadas. No final, a Comcast ofereceu £ 17,28 por ação da Sky, o que avalia a compra em £ 30,6 bilhões (US$ 40 bilhões) pelo capital totalmente diluído da emissora sediada no Reino Unido.
“Este é um ótimo dia para a Comcast. A Sky é uma empresa maravilhosa, com uma excelente plataforma, uma enorme marca e uma equipe de gerenciamento talentosa. Esta aquisição nos permitirá aumentar de maneira rápida, eficiente e significativa nossa base de clientes e expandir internacionalmente. Não poderíamos estar mais empolgados com as oportunidades à nossa frente. Agora, incentivamos os acionistas da Sky a aceitar nossa oferta, que esperamos concluir antes do final de outubro”, declarou Brian L. Roberts, presidente e CEO da Comcast.
A novela que finalmente chegou ao fim teve início em dezembro de 2016. À época, a Fox, do magnata Rupert Murdoch, fez uma oferta inicial de £ 10,75 por ação para comprar todas as ações da Sky que a Fox ainda não possuía. Murdoch já possuía uma participação de 39% na empresa e já havia tentado assumir o controle da Sky em sua totalidade em 2011.
Quando o mercado achava que a compra era questão de tempo, surgiu a Comcast, que elevou as apostas, oferecendo £ 12,50 por ação.
De lá para cá, a Fox aumentou novamente sua oferta para o Reino Unido para £ 14 por ação, e foi novamente batida pela proposta de £ 14,75 da concorrente.
Em julho deste ano, a Fox chegou a fazer uma oferta de US$ 32,5 bilhões. A Comcast, no entanto, bateu o pé e, horas depois, apresentou uma oferta de US$ 34 bilhões. Naquele momento, a operadora de TV a cabo americana já havia anunciado que desistira de comprar justamente parte da Fox em um duelo com a Disney. O motivo dado era exatamente focar os esforços para ganhar a briga com a própria Fox pela Sky.
A questão da compra de parte da Fox pela Disney, aliás, é que acabou tornando a situação toda tão complexa que definiu-se pelo leilão para que se resolvesse o cenário que envolvia a compra da Sky. Como não poderia ser diferente, como compradora de parte da Fox, a Disney era a favor que a própria Fox adquirisse a Sky.
Vale lembrar que a luta pela Sky foi parte de uma batalha mais ampla travada na indústria global de entretenimento, com os gigantes da mídia americana oferecendo dezenas de bilhões de dólares em acordos para competir com empresas como Netflix e Amazon, que vêm crescendo exponencialmente nos últimos anos.
O site britânico SportsPro Media definiu por diversas vezes a Sky “como um dos prêmios mais cobiçados da indústria de mídia” pelas empresas americanas que desejam expandir suas operações para a Europa. Isso porque, além de vender serviços de banda larga e telefonia móvel, a Sky também é líder em TV por assinatura no Reino Unido e outros mercados regionais, entre eles Alemanha e Itália.