Em tempos de realização da etapa brasileira do WCT, a elite do surfe mundial, as empresas que investem na modalidade ganharam um impulso nesta terça-feira. A divulgação da última pesquisa do instituto Sweeney Sports, que avalia o mercado australiano, comprovou o grau de reconhecimento do esporte, que conseguiu emplacar as duas empresas top of mind do país da Oceania. Billabong e Nutri-Grain, uma submarca da Kellogg?s, ficaram à frente de nomes como Nike e Speedo na lista dos mais lembrados como patrocinadoras. O resultado se deve, entre outras coisas, ao potencial da modalidade para o negócio, que tem a ver com o estilo de vida que cerca os praticantes. ?É lógico que você tem de pesar que na Austrália o surfe é muito forte. Mas em todos os lugares trata-se de um estilo de vida. É uma imagem de liberdade, de coragem. Eu vejo que todo mundo consome isso, inclusive no interior. Ela transcende o praticante?, disse Xande Fontes, principal responsável pela organização do WCT em Florianópolis. ?O surfe tem a característica não só de identidade com a tribo que pratica, mas também com a marca que patrocina. Além disso, junto com o skate, o surfe é o esporte em que há menos empresas participantes, com menor pulverização do mercado?, disse Rafael Plastina, sócio da SportTrack, que realiza trabalho semelhante ao da Sweeney Research no Brasil, avaliando também os hábitos de consumo esportivo. Na sua última pesquisa, o instituto brasileiro apontou a Central Surf como a marca mais citada do segmento no país, com 5,3% das lembranças, contra 4,3% de Billabong e 2,3% de Mormaii, que vem na sequência. A Sport Track entrevistou quatro mil pessoas no Rio de Janeiro e em São Paulo, e 38,3% reconheceram alguma empresa ligada à modalidade. Curiosamente, entre as dez primeiras as únicas “intrusas” são Nike e Adidas, nona e décima colocadas, respectivamente. Todas as outras marcas lembradas são de surfwear, o que comprova o espaço existente para a entrada de novos investidores. “Essa busca por novos mercados é um trabalho que já está sendo feito. Hoje, por exemplo, estamos com a Ambev, que é a maior produtora de cerveja do mundo e estampa a marca Skol no nosso evento”, disse Xande Fontes. Pelo tamanho do mercado do surfe no Brasil, ainda é difícil imaginar uma projeção semelhante àquela encontrada na Austrália. Os players do meio, no entanto, concordam que a participação das empresas ainda pode crescer. ?Com certeza ainda está longe do ideal. Não temos um apoio desse porte por aqui, mas entendemos que o surfe tem alguns diferenciais. Um exemplo é o fato de ele ser ecologicamente correto, que é uma comunicação que vem sendo muito utilizada pelas empresas ultimamente?, disse Evandro Abreu, gerente de produtos da editora Abril e organizador do circuito SuperSurf.