O prefeito de Toronto, Rob Ford, tornou pública sua insatisfação com o fato de a cidade canadense ter de investir cerca de US$ 1 milhão para que seja feita uma análise prévia sobre os benefícios de uma eventual candidatura à sede dos Jogos Olímpicos de 2024.
Na próxima semana, o comitê de desenvolvimento econômico de Toronto vai analisar um relatório feito pela consultoria Ernst & Young a respeito do impacto da pré-candidatura nas finanças da cidade.
O valor cobrado pela consultoria para fazer o estudo, que seria usado na fase anterior à pré-candidatura, é de US$ 910 mil. Depois, caso Toronto decida realmente se candidatar, terá de investir mais cerca de US$ 50 milhões num estudo completo. Os custos estimados para abrigar as Olimpíadas variam, de acordo com a E&Y, entre US$ 3 e US$ 6,5 bilhões.
“Atualmente estou um pouco cético em ter de investir um milhão de dólares tendo visto o nosso fracasso na última candidatura olímpica”, afirmou Ford, em referência à derrota para Pequim-2008, em eleição ocorrida ainda em 2001.
“Se você me perguntar agora, eu diria não. Mas vamos ver o que acontece nos Jogos Pan-Americanos (Toronto abrigará a edição de 2015 do torneio continental) e a partir dali decidiremos”.
A maior preocupação canadense reside no fato de que boa parte das obras para abrigar o Pan não estariam aptas para receber as competições das Olimpíadas, o que elevaria muito o gasto para organizar os dois eventos.
O Canadá tem uma experiência traumática com a organização dos Jogos Olímpicos de verão. A última vez que o país abrigou o evento foi em 1976, quando Montreal recebeu as Olimpíadas. Com um rombo no orçamento, a população local teve de pagar impostos para cobrir as despesas até o ano de 2006.