Após criar confusão por não aceitar prontamente a solicitação para que deixasse o cargo, Rubens Reis, agora ex-diretor de marketing, entregou nesta segunda-feira carta de demissão ao presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone. O ex-responsável por coordenar o departamento poderia aguardar por reunião de diretoria para finalmente sair da função, mas preferiu se “adiantar” no início desta semana.
“Eu não quero mais. Não vou esperar pela reunião, e por isso entreguei hoje minha carta de demissão. Eu entrei seis meses depois do começo da gestão dele e nunca tive apoio. Ele tirou meu gerente de marketing, diminuiu minha assessoria, sempre demorou uma semana para atender minhas ligações, então tomei a iniciativa de sair fora. Continuo com meu grupo, mas hoje sou contra o Tirone”, conta Reis.
A nova posição política do ex-diretor de marketing, coligado ao ex-presidente Affonso Della Monica, foi minimizada por Tirone, que acusou o recebimento da carta assinada nesta segunda. “Está ótimo, ele pode votar em quem quiser, não vejo nenhum problema”, retruca o mandatário palmeirense à Máquina do Esporte. No início deste ano, na verdade, ambos tiveram ríspidas discussões por causa do cargo.
Além das declarações nocivas um ao outro distribuídas por meio da imprensa, distantes dos holofotes, presidente e ex-diretor de marketing discutiram nas dependências do clube. Em janeiro, Reis e todos os outros partidários de Della Monica puseram seus respectivos cargos à disposição da presidência, em movimento ensaiado para pressionar Tirone, que decidiu não aceitar as saídas à época.
Um mês depois, após a aprovação das contas e do orçamento do clube para a atual temporada, uma fase em que o presidente alviverde precisava do maior apoio político possível para conseguir passar, ele voltou a conversar com Reis para pedir que ele deixasse a função. Dessa vez, entretanto, sem a companhia de todos os outros coligados a Della Monica, o ex-diretor de marketing se recusou.
“Ele falou comigo três vezes. Em duas, eu pus o cargo à disposição, mas ele não queria. Na terceira, ele mandou uma carta pedindo para que eu entregasse o cargo, mas ele não pode fazer isso. Ele teria de me demitir na reunião da diretoria, da mesma forma que ele fez para me contratar. Mas agora eu irei cuidar da minha vida. Não quero mais ouvir falar de Tirone”, finaliza o agora somente conselheiro palmeirense.
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