A prisão de Gerhard Gribkowsky, ex-membro da diretoria do Bayrische Landesbank, o banco do Estado da Baviera (Bayern LB), pode respingar na Fórmula 1. O executivo é acusado de ter recebido US$ 50 milhões entre 2006 e 2007, oriundos de paraísos fiscais, e esse valor seria referente a uma negociação envolvendo direitos de marketing da principal categoria do automobilismo mundial.
O Bayern LB herdou os direitos de marketing da Fórmula 1 em 2004, como pagamento de um empréstimo de dois bilhões de euros que havia feito ao empresário Leo Kirsch. O grupo Kirsch, liderado pelo alemão, tinha desembolsado 1,5 bilhão pela propriedade, mas declarou insolvência em 2002.
Gribkowsky representou o banco em uma série de conversas para que a entidade tivesse mais poder nas decisões relacionadas à Fórmula 1. Isso gerou um ambiente de pressão sobre Bernie Ecclestone, chefe comercial da categoria.
O cenário desfavorável ao dirigente foi corroborado pela saída de uma série de montadoras. A virada de Ecclestone, portanto, foi a venda dos direitos de marketing da Fórmula 1 para o grupo de investimento CVC em 2005.
O inquérito que levou Gribkowsky à prisão diz que ele pode ter recebido os US$ 50 milhões da CVC ou do próprio Ecclestone para resolver a comercialização dos direitos de marketing da Fórmula 1.
O dinheiro partiu do Caribe e das Ilhas Maurício, e foi depositado pelo executivo na conta da fundação Sunshine, que ele fundou na Áustria. O montante foi tributado, e 5 milhões de euros sobraram para serem repartidos entre ele e as pessoas que ele nomeasse como beneficiárias.
Segundo o portal “DW-World”, a Secretaria das Finanças da Baviera determinou que o Bayern LB faça uma investigação interna para decidir se tem direito a cobrar algo de Gribkowsky. O conselho diretivo já cobra uma indenização da antiga diretoria pela frustrada aquisição do banco austríaco Hypo Group Alpe Adria.