Um grupo de empresários e atletas brasileiros oficializou na noite da última segunda-feira, em São Paulo, a criação de um movimento chamado LiveWright. Idealizado pelo empresário Roger Wright, o projeto tem como mote o fomento ao esporte olímpico e foi lançado com um leilão de artigos esportivos e objetos de arte. O evento, realizado em um casarão da Zona Sul, foi marcado por promessas, arrecadação de R$ 1,5 milhão e uma série de gafes.
A principal atração da noite foi um leilão. Entre os itens estavam uma aula de tênis com Gustavo Kuerten, um treino de triatlo com Fernanda Keller e uma camisa usada por Ronaldinho Gaúcho, por exemplo. Além disso, havia bicicletas personalizadas por artistas e um quadro do renomado Vick Muniz – curiosamente, o artefato, único que não tinha nenhuma relação com esporte, foi avaliado em R$ 200 mil e teve o maior preço da noite.
No entanto, não foram todos os produtos que empolgaram a plateia. O grupo de convidados era formado por algumas das personalidades mais ricas do país e uma série de atletas renomados, como o próprio Kuerten e a ex-jogadora de vôlei Ana Moser. Em vários momentos, o leiloeiro chegou a reconhecer que esperava obter valores maiores com os lotes vendidos.
Um episódio curioso aconteceu durante o leilão de um treino de ciclismo com Mauro Ribeiro, ex-atleta profissional. Em pelo menos dois momentos, o leiloeiro interpelou um senhor na plateia com perguntas sobre o prêmio. Só depois disso ele foi avisado que o personagem em questão estava em outro setor do recinto e que o rapaz a quem ele se dirigia era um homônimo.
A proposta do leilão era angariar fundos para a manutenção do LiveWright. O dinheiro arrecadado cobrirá despesas administrativas da fundação, mas não será aplicado em projetos esportivos. O montante para isso será captado com empresas, dividido em aportes incentivados e outros diretos.
O que facilita a captação do LiveWright é a formação do grupo. Além de ter apoio de alguns atletas renomados, coisa que o evento de segunda-feira deixou claro, o movimento é apoiado por algumas das famílias mais poderosas do país. O conselho executivo é formado por Fernanda de Arruda Camargo, Gilberto Sayão, João Paulo Diniz, Andreas Mirow, Christopher Mouravieff-Apostol, Alberto Azevedo, Mauro Bergstein, Roberto Klabin Xavier, Victor Malzoni Júnior, Marcelo Stallone e Walter de Mattos Júnior.
A meta desse grupo é captar aportes para nove modalidades olímpicas. Em todos os casos, a proposta é obter o dinheiro com empresas e investir na estrutura de formação de atletas pós-Jogos Olímpicos de 2016.
Em 2011, as quatro modalidades que serão focos de esforços do projeto são ciclismo, lutas, ginástica e canoagem. Ainda não há um prazo definido para ampliação do movimento.
O LiveWright foi fundado a partir de uma iniciativa de Roger Wright, que reuniu um grupo de empresários em 2008 a fim de investir na candidatura do Rio de Janeiro ao posto de sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O criador do projeto morreu em 2009, em um acidente de avião.