No minuto em que o árbitro encerrou o duelo entre Alemanha e Coreia do Sul, algumas das marcas patrocinadoras da seleção brasileira e da Copa do Mundo correram para o Twitter e soltaram mensagens em provocação ao time europeu. No Mundial de 2018, a reação típica de torcedores tem se tornado uma estratégia de engajamento para as empresas nas redes sociais.
Confira a análise de Erich Beting, CEO da Máquina do Esporte
Com mensagens bem-humoradas contra os principais adversários da seleção brasileira, as marcas conseguem criar maior interação com os consumidores e aumentam o alcance nas redes sociais graças aos milhares de compartilhamento. E, para isso, assumem o risco de desagradar outros mercados.
Um bom exemplo está no McDonald’s que, mesmo presente em praticamente todo o mundo, tem colocado em evidência suas mensagens mais maldosas. Em jogo da Argentina, chegou a dizer o goleiro do time “estava entregando mais” que o McDelivery, com mais frango que o McChicken. Na quarta-feira (27), voltou a usar o artifício, dessa vez contra a Alemanha: “Pode ficar tranquilo que daqui 4 anos tem McAlemanha de novo”.
Em ambas as mensagens, a rede de fast-food conseguiu cerca de 1,5 mil compartilhamentos, que mostra que, se o objetivo é “viralizar”, a estratégia tem fundamento. Em comparação, uma mensagem com o embaixador da marca, Neymar, em referência à vitória da seleção brasileira contra a Costa Rica teve apenas 37 compartilhamentos.
Talvez a companhia que mais tenha investido em uma provocação nas redes sociais tenha sido a Skol, marca que não tem relação direta com agentes da Copa do Mundo, mas que pertence à AB-Inbev, patrocinadora da seleção brasileira e do próprio Mundial. Na publicidade televisiva, a empresa voltou a fazer brincadeiras com a Argentina, mas no meio on-line, ela foi além.
A Skol resolveu abraçar a seleção da Islândia e fez toda uma campanha, com vídeos e gifs, nas redes sociais para torcer para o time. Rival da Argentina na primeira fase, a empresa prometeu distribuir cerveja no país do norte europeu em caso de vitória ou empate sobre a seleção sul-americana, o que de fato aconteceu. Com a eliminação europeia, a marca publicou uma mensagem de “despedida” da estratégia no Twitter na terça-feira (26).
A Brahma, também da IB-Ambev, tem tom bem mais leve nas provocações, mas também não deixou a derrota alemã de lado. A mensagem no Twitter, com a frase “hoje não”, teve mais de 500 compartilhamentos. Itaú e Guaraná Antarctica, ambos patrocinadores da seleção brasileira, também lançaram publicações em referência à eliminação alemã da Copa do Mundo.