O presidente Vladimir Putin, da Rússia, admitiu a existência de doping no país, mas eximiu o Estado de participação na prática.
“Em nosso país, como acontece em outros, temos problemas com isso. Devemos admitir e fazer de tudo para impedir o doping”, afirmou Putin, durante coletiva de imprensa.
O político, porém, afirmou que o governo não teve participação no doping generalizado de atletas, que fez com que o atletismo russo fosse proibido de disputar a Olimpíada do Rio. A Paralimpíada foi ainda mais radical, impedindo a delegação russa de participar, algo até então inédito na história do Comitê Paralímpico Internacional.
“A Rússia nunca criou um sistema estatal de dopagem ou apoio ao doping”, comentou ele, pela primeira vez admitindo a necessidade de uma colaboração com a Wada (Agência Mundial Antidoping) para a normalização do esporte local.
“Acredito nas mudanças não só das pessoas como das estruturas que nos ajudarão a cumprir esse objetivo”, afirmou.
O COI (Comitê Olímpico Internacional) alongou a punição à Rússia após a publicação da primeira parte do relatório da comissão independente da Wada, coordenada pelo advogado Richard McLaren, que denunciou esquema generalizado de doping com a colaboração do Estado.
Na sexta-feira (dia 23), o COI divulgou a abertura de processo disciplinar contra 28 atletas russos suspeitos de doping nos Jogos de Inverno de Socchi, na Rússia, há dois anos. Segundo o comitê, todos esses atletas são acusados de manipulação de uma ou mais amostras de urina coletadas durante a competição.