Desde o início de agosto, quando o Paris Saint-Germain anunciou que quer um acordo máster de € 80 milhões por temporada a partir de 2019/2020, a Emirates deixou claro que sairia da camisa do clube que patrocina desde 2006 por não concordar com o valor. A partir daí, muitas especulações surgiram na imprensa europeia sobre qual seria a empresa disposta a desembolsar tanto dinheiro. Agora, no entanto, outra empresa aérea parece ganhar terreno para estampar seu nome no peito de Neymar e companhia.
Uma reportagem do jornal francês “Le Tribune” trouxe uma declaração do CEO da Qatar Airways, Akbal al-Baker, em que o mandatário dá a entender que o PSG poderia, sim, substituir uma companhia aérea por outra na camisa. “Sim. Tenho certeza de que estaríamos interessados se a oportunidade se apresentasse”, afirmou al-Baker.
De acordo com a publicação, há dois entraves em um possível negócio. O primeiro é a questão financeira. Para se ter uma ideia de quanto o PSG quer aumentar sua receita com o aporte máster, a Emirates paga atualmente cerca de € 27 milhões por temporada ao clube. O valor estipulado em agosto é o triplo disso.
Como relação ao assunto, o CEO da Qatar Airways foi enfático ao dizer que se trata de “um problema que podemos obviamente negociar e resolver”.
Já o outro pode ser um pouco mais complicado de suplantar. Um acordo com a companhia aérea qatariana poderia levantar suspeitas junto à Uefa, órgão que rege o futebol europeu, devido aos laços de propriedade do clube com o país árabe. Atualmente, o dono do PSG é o qatariano Nasser Al-Khelaifi.
Segundo o site britânico “SportsPro Media”, isso é especialmente pertinente pelo fato de o clube francês estar sob olhares atentos do Fair Play Financeiro (FFP) da Uefa por conta de suas transações econômicas. O PSG é acusado de supervalorizar acordos de patrocínio para ajudar a cumprir as regras do FFP, que exigem que os clubes equilibrem os gastos com suas receitas.
Os documentos divulgados pela revista alemã “Der Spiegel” que foram vazados pela plataforma “Football Leaks” afirmam ainda que o clube negociou com o atual presidente Fifa, Gianni Infantino, que era então secretário geral da Uefa, para concordar com a redução de punições por violações de FFP.
A possível parceria com o PSG seria mais um passo na estratégia da Qatar Airways de internacionalizar sua marca por meio do esporte. No ano passado, a empresa assinou com a Fifa para ser a companhia aérea oficial da entidade até a Copa do Mundo de 2022, que será disputada justamente no Qatar. Já neste ano, fechou um acordo platinum com o Bayern de Munique e ainda se tornou patrocinadora máster da Roma.
O continente americano também tem sido foco da empresa. Em maio, a companhia aérea se tornou patrocinadora máster do Boca Juniors e, em outubro, chegou à NBA, com um acordo com o Brooklyn Nets e o ginásio da franquia, o Barclays Center, em Nova York, e ainda fechou para ser a companhia aérea oficial de todas as competições de clubes organizadas pela Conmebol.
Por sua vez, a Emirates também parece estar se mexendo para não deixar o futebol francês. A companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos negocia para se tornar patrocinadora máster de um dos principais rivais do Paris Saint-Germain, o Olympique de Marseille.