A primeira partida da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, na última terça-feira, em Johanesburgo, deu um exemplo claro do quanto a gestão de arenas deve se preocupar com minúcias a fim de evitar erros no procedimento diário. Uma queda de energia no estádio Ellis Park causou tumulto e facilitou a vida de penetras. Cerca de meia hora antes de o Brasil entrar em campo para encarar a Coreia do Norte, dois setores do estádio ficaram sem iluminação. Essa queda interrompeu o funcionamento de catracas eletrônicas e detectores de metais na porta do Ellis Park. A primeira reação dos funcionários que controlavam portões foi interromper totalmente a entrada. Sem ter como fazer um controle porque não havia um plano B, todos os torcedores que estavam na porta foram barrados. Como faltava pouco para o início do jogo, a decisão gerou protestos e ameaças. Diante da reação dos brasileiros, funcionários abriram um portão para recolher manualmente os ingressos que deveriam ser inseridos na catraca. Só que o volume de entrada foi maior do que a possibilidade do espaço, e muitas pessoas conseguiram entrar sem pagar. Um reflexo disso foi a superlotação de alguns setores do estádio. A estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2010 teve 54.331 espectadores, mas o Ellis Park comportaria até 55.686 pessoas.