Para agradar o público árabe, o Real Madrid mostrou que pode mudar até seus símbolos mais tradicionais. Ao apresentar os cartões de crédito licenciados por um patrocinador dos Emirados Árabes, o clube madrileno exibiu seu escudo sem a cruz que normalmente fica exposta no alto da coroa espanhola.
O Banco Nacional de Abu Dhabi fechou com o Real Madrid em setembro um acordo para os Emirados Árabes, de maioria mulçumana. A cruz na coroa do clube é uma referência ao catolicismo; a monarquia espanhola tem origem nos Reis Católicos.
A coroa, inclusive, não é uma marca do clube, mas da própria monarquia do país. A equipe a usa desde 1920, quando o Rei Afonso XIII passou o título ao clube, que também ganhou o direito de usar o nome “Real”.
Tradições à parte, os dólares do mundo árabe têm falado mais alto no Santiago Bernabéu. O estádio, aliás, também tem dado polêmica graças aos investidores do oriente. O local deverá mudar de nome após os investimentos da IPIC (International Petroleum Investment Company), também dos Emirados Árabes.
Novamente, o problema está na tradição da arena do clube. Santiago Bernabéu foi um dos primeiros grandes jogadores da história do time, no início do século XX. Alguns anos após deixar os gramados, tornou-se presidente do Real Madrid e foi o responsável por erguer o atual estádio.
Pelo menos no caso dos cartões de crédito, a mudança é pontual, apenas para o produto do novo patrocinador.