A reforma do Maracanã para receber a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 será inteiramente feita com verbas públicas. Nesta sexta-feira, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, rechaçou fazer uma parceria público privada para as intervenções no local. A justificativa oficial foi a falta de um fundo garantidor para o projeto. O investimento necessário para as obras do Maracanã deve ser inteiramente retirado de um financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição estipulou um limite de R$ 400 milhões em empréstimos para cada uma das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014. Depois de o financiamento do BNDES ter sido anunciado oficialmente, a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do Rio de Janeiro postergou por tempo indeterminado o lançamento do edital de concessão do Maracanã. Essa concorrência era a principal aposta da entidade para captar parceiros privados para as obras no estádio. O BNDES deve criar duas linhas diferentes de crédito para 2014: uma delas, de R$ 4,8 bilhões, para intervenções em estádios (R$ 400 mil para cada sede); outro modelo será aplicado nas obras de infraestrutura, variável de acordo com o setor. Os valores cobrados pelo banco sobre empréstimos diretos são calculados a partir de três variáveis. São consideradas a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que atualmente é de 6% ao ano, além de uma remuneração básica e uma taxa de risco sobre inadimplência. A remuneração básica pode oscilar entre 0% e 1,8%, de acordo com a import”ncia do setor. A taxa de risco, por sua vez, é calculada a partir de um estudo sobre o tomador do empréstimo e pode variar de 0% a 3,57%. Nas obras de infraestrutura, por exemplo, a menor remuneração básica aplicada é para obras de energia, que trabalha com 0,9%. ?Esse valor varia de acordo com a import”ncia do setor para a economia, e a energia é a base para tudo?, explicou Torres. A expectativa do BNDES é que as intervenções em arenas para a Copa do Mundo de 2014 trabalhem com esse mesmo patamar. Entre as 12 cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014, apenas oito usarão financiamentos do BNDES (Curitiba, Fortaleza, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). As restantes terão intervenções em estádios custeadas inteiramente pelos cofres estaduais.