Na fase de grupos da Copa Bridgestone Libertadores, o São Paulo comercializou os ingressos a, no mínimo, R$ 120. Agora, classificado para as oitavas de final, quando o interesse do torcedor aumenta, anunciou os novos preços: R$ 60 o ingresso mais barato.
O que parece um contrassenso é, na verdade, resposta ao baixo público do time neste início do torneio. Contra o Danubio, houve o maior símbolo de que os torcedores não estavam alinhados com a nova política de precificação. Com 16 mil pessoas no estádio, esse foi a menor ocupação do Morumbi nos últimos 23 anos de São Paulo na Libertadores.
Na vez anterior em que o time estreara na Libertadores, levou 41 mil pessoas no Morumbi, em partida contra o Bolivar, em 2013. Com renda de R$ 1,3 milhão, o tíquete médio era de R$ 31, longe do que aconteceu neste ano.
Mesmo quando teve público bom, o número ficou abaixo do esperado. Contra o Corinthians, 38 mil estiveram presentes, numa arrecadação de R$ 3,1 milhões. O tíquete médio foi de R$ 80.
A ideia do clube era valorizar o programa de sócio-torcedor. Quem era membro do projeto pôde comprar o pacote de três jogos da fase inicial do torneio por R$ 100 ou receber descontos para tíquetes avulsos. Não dá para dizer que a estratégia fracassou. Em dezembro de 2014, o clube contava com 36 mil sócios. Hoje, segundo o Movimento por um Futebol Melhor, são 54 mil sócios.
Nos últimos anos, o São Paulo variou, e muito, o preço de ingressos. Em 2013, mau em campo, o clube derrubou o tíquete para um mínimo de R$ 10, com ingresso a R$ 2 ao sócio. A média de público passou de 8 mil para 30 mil pessoas, e a renda média foi de R$ 228 mil para R$ 344 mil.
Com a fase final da Libertadores, o São Paulo pode colocar no papel qual é o melhor preço para arrecadar mais. E passará pelo dilema que muitos passam atualmente: o que vale mais a pena, estádio cheio ou bolso cheio?