A federação russa admitiu que não pode se dar ao luxo de honrar o salário anual estabelecido com o técnico Fabio Capello, que é de R$ 27,67 milhões por ano. Sergei Stepashin, membro do Comitê Executivo da entidade, afirmou que o salário do treinador italiano não é pago desde junho.
“O dinheiro para pagar Capello não tem sido depositado. É evidente que é errado deixar de pagar o salário do treinador da seleção. Mas quando o contrato foi assinado, deviam ter pensado como esse valor poderia ser pago. Ainda estamos à procura de uma maneira de financiá-lo”, afirmou o dirigente.
O contrato de Capello com a Rússia vai até a Copa do Mundo de 2018, que será no país. No início do mês, o técnico reclamou do atraso.
“Estou perto do limite”, afirmou ele, que conduziu a Rússia a uma campanha modesta na Copa do Mundo do Brasil. O país foi eliminado logo na primeira fase.
A crise financeira da federação russa levou dois membros da comissão técnica de Capello, Christian Panucci e Massimo Neri, se negarem a viajar com o grupo para o jogo contra a Áustria, pelas eliminatórias da Eurocopa de 2016. A Rússia está em segundo lugar no Grupo G, atrás dos austríacos e empatada em pontos com os suecos.
O ministro dos Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, criticou a federação russa por causa da insolvência, o que estaria arranhando a imagem do país-sede da Copa de 2018. “Essa situação não dá ao time ou ao técnico nenhuma motivação.”
O salário polpudo acertado com o treinador são tema controverso na Rússia. Vladimir Zhirinovsky, político nacionalista, chamou o italiano de “ladrão” em julho. Já Oleg Pakholkov, seu companheiro de partido, disse que o treinador está enganando no cargo.
“Acho que Capello sabia muito bem que não conseguiria nada com nossa equipe. Mas decidiu que era uma boa maneira de ganhar dinheiro para sua aposentadoria”, afirmou.