A Concacaf anunciou nesta terça-feira o rompimento do acordo de parceria com a Traffic, que não será mais parceira comercial da Confederação da América do Norte, Central e do Caribe.
Entre as competições que a empresa não cuidará mais está a Copa Ouro, principal torneio de seleções da região, que teve início nesta terça-feira, com sedes nos EUA e no Canadá.
Segundo a Máquina do Esporte apurou, a rescisão não tem efeito sobre a Copa América do Centenário, evento programado para os EUA, em 2016, em comemoração aos cem anos da competição de seleções da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). O torneio terá a participação de dez seleções da América do Sul e seis da área da Concacaf.
A Traffic detinha os direitos de comercialização de todas as competições da Concacaf até 2022, incluindo a Copa Ouro (2015, 2017, 2019 e 2021), sete temporadas da Liga dos Campeões, principal torneio de clubes da região, além de torneios de base, eliminatórias olímpicas e competições de futsal.
Segundo a confederação e a Traffic, a decisão foi tomada em comum acordo e “não tem efeito sobre a capacidade de a Concacaf cumprir seus compromissos com patrocinadores ou organizar torneios no futuro”.
O rompimento se dá pouco mais de um mês após o início da crise institucional do futebol, na qual a Traffic foi uma das protagonistas. Na ocasião, a polícia suíça prendeu sete dirigentes da Fifa em Zurique. A prisão aconteceu a pedido do FBI (polícia federal dos EUA).
A agência de marketing esportivo foi apontada como integrante de esquema de pagamento de propina a dirigentes em troca de direitos comerciais de competições de Conmebol e Concacaf. J. Hawilla, dono da empresa, confessou crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Para não ser preso, prontificou-se a pagar multa de US$ 151 milhões.
Com o distrato, a Concacaf é quem irá assumir a função de entregas acordadas com os atuais parceiros. Segundo a entidade, a assinatura de novos contratos de patrocínio e a cessão de direitos no futuro serão discutidas e avaliadas por uma comissão especial.
Alinhado ao comunicado da Concacaf, a Traffic Sports USA, divisão norte-americana da empresa de marketing esportivo, afirmou, em nota oficial, que o encerramento do vínculo “era o melhor para Traffic, Concacaf e patrocinadores. Temos certeza de que todas as propriedades da Concacaf vão continuar crescendo e sendo bem-sucedidas. A Traffic continuará seu trabalho com outras propriedades do futebol na região.”
De acordo com fontes dentro da Traffic, o acordo com a Concacaf era mais uma aposta da agência, e não terá impacto sobre os negócios da empresa.