O Brasil corre sério risco de não ter um piloto na Fórmula 1 durante toda a temporada da competição, fato que não acontecia desde 1969. A situação reforçaria a acentuada decadência da modalidade na última década no país, em queda de audiência, de público e de patrocinadores.
O mais novo problema é a saída do Banco do Brasil, que arcava com a presença de Felipe Nasr com um aporte de R$ 50 milhões à equipe Sauber. Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, a empresa até tentou dividir a cota com outras empresas estatais, mas não houve interessados. Desse modo, dificilmente o brasileiro será mantido no grid durante as disputas de 2017.
A próxima temporada já não irá contar com a presença de Felipe Massa, que noticiou a aposentadoria da categoria para o fim deste ano.
O anúncio da saída do Banco do Brasil acontece logo após um problemático GP de Interlagos. O evento de São Paulo perdeu patrocínios fortes, como a Shell e a Petrobras, que mantinha o title sponsor do evento. Neste ano, ainda houve dificuldades nas vendas de pacotes de hospitalidade. Como resultado, houve um prejuízo de US$ 30 milhões, cerca de R$ 100 milhões.
Com o cenário pouco otimista, o diretor-executivo da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, já declarou que a manutenção do GP de Interlagos não está garantida para a próxima temporada, mesmo com o atual contrato válido até 2020.
Para se manter, no mínimo Interlagos terá que passar por uma obra de R$ 160 milhões, algo que a atual e a futura Prefeitura de São Paulo não garantem. João Dória, que assume a cidade em janeiro, quer privatizar o espaço. Interessado no mercado brasileiro, o próprio Ecclestone avalia a compra do circuito.
As incertezas sobre a Fórmula 1 no Brasil acontecem justamente em um momento de profundas mudanças na administração das corridas. Neste ano, o grupo americano Liberty Media assumiu o comando da competição, com plano de modernizar o produto, com mais entretenimento e com maior proximidade aos principais mercados mundiais.
Na contramão da crise brasileira na Fórmula 1 está a Globo. Mesmo com audiências baixas nos últimos anos, na base de 10 pontos em São Paulo, a emissora quer aumentar em 10% a cota de publicidade e chegar a R$ 500 milhões em faturamento. Até agora Grupo Petrópolis, Renault, Santander, TIM e Unilever renovaram. A Zap Imóveis ainda não decidiu se continua no pacote.