Até em campo, como ficou comprovado no clássico realizado no último domingo, Grêmio e Internacional parecem ser equivalentes. Na área de negócios, além de vários movimentos similares ou iguais, até as ambições em termos de patrocínio são as mesmas. Neste novo início de temporada, a dupla gaúcha está à procura de empresas interessadas em inserir marcas nos ombros dos uniformes.
Paulo César Verardi, diretor de marketing gremista, e Jorge Avancini, dono do mesmo cargo na equipe colorada, estão visitando o mercado para oferecer a propriedade, a última disponível em ambos os casos. “O período pós-natal é complicado, porque as empresas ainda estão definindo o orçamento”, conta Avancini. “O ano só irá mesmo começar em março, depois do Carnaval”.
Há vários anos, as marcas expostas nos uniformes dos principais gaúchos são as mesmas. O Banrisul está nas cotas máster desde 2001, enquanto as mangas são preenchidas pela Tramontina, e o interior do número, nas costas, mais recentemente, ganhou o logotipo da TIM. “Temos propostas na rua, esperando por respostas”, antecipa o diretor do Internacional.
No fim da última temporada, mais uma vez juntos, os rivais assinaram renovação com a instituição financeira gaúcha, algo que já estava apalavrado desde o meio do ano, mas que só foi ser formalizado em novembro. Na ocasião, o Banrisul aproveitou para lançar fundo de investimento voltado para torcedores de ambas as equipes, que podem investir e ver porcentagem ser repassada aos cofres dos times.
Ao oferecer os ombros para o mercado, por fim, Internacional e Grêmio tendem a se aproximar das práticas de outros centros brasileiros, caso sejam bem sucedidos. Nos últimos anos, os dois gaúchos estão entre as raras equipes da elite nacional que não multiplicaram a quantidade de marcas no uniforme para ampliar as receitas com patrocínios. O conservadorismo, inclusive, sempre foi motivo de orgulho, mas pode deixar de ser.